Vale demite funcionários durante a pandemia do coronavírus

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) reafirma a denúncia feita pelo SINDFER – Sindicato dos Ferroviários, que reúne trabalhadores e trabalhadoras da Vale de Minas Gerais e Espírito Santo, […]

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) reafirma a denúncia feita pelo SINDFER – Sindicato dos Ferroviários, que reúne trabalhadores e trabalhadoras da Vale de Minas Gerais e Espírito Santo, e que soltou um vídeo nota nas redes sociais sobre o assunto, que você pode conferir no link abaixo:

https://www.facebook.com/categoriaferroviariaESMG/posts/597878164097727

A denuncia é sobre as demissões promovidas pela Vale, disfarçadas de decisões técnicas, em plena pandemia global do coronavírus.

Na verdade, a mineradora impõe sobre os trabalhadores ferroviários mineiros e capixabas suas más decisões. Antes de ser privatizada, era motor do desenvolvimento nacional e instrumento possível para uma ação de Estado que protegesse a sociedade nestes momentos de graves crises. Hoje, sendo uma empresa privada, apenas remete lucro para acionistas internacionais promovendo crimes e destruição ambiental em larga escala.

Como a corda sempre arrebenta no lado mais fraco, caem agora sobre as costas dos trabalhadores o ônus da má gerência da empresa: o crime de Brumadinho que consolida a imagem criminosa da empresa pós crime em Mariana; os acordos agora judicializados do crime do rio Doce que criou a Fundação Renova que de nada serve e, mais recente, a derrubada do preço das commodities por causa da pandemia que faz a empresa passar por cima de qualquer resquício de humanidade colocando homens e mulheres na rua para fechar seu balanço anual.

Não é possível que uma empresa do porte da Vale, aproveitando desse momento de grave crise internacional de saúde pública, exponha seus trabalhadores ao desemprego e desamparo.

A Vale viola direitos humanos como uma prática cotidiana transformando estes direitos em oportunidade para aumentar seus lucros e a exploração do trabalho. Para os trabalhadores e trabalhadoras deixa demissões, descaso e abandono; para os atingidos e o conjunto da sociedade deixa rejeito nos rios, poeira, doenças, criminalização da luta e um modelo de desenvolvimento que deixou um rastro de prejuízos nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo há muitas décadas. Reafirmarmos nossa solidariedade com os ferroviários e com o SINDFER estando a disposição para construir lutas conjuntas e iniciativas que garantam dignidade de todos os atingidos e trabalhadores.

Somos todos atingidos! O lucro não Vale a vida! 

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

19 de Março de 2020

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