Em ato, atingidos cobram providências um mês após rompimento de Quati, na BA

Neste domingo (11), cerca de 150 atingidos pelo rompimento da barragem do Quati realizaram um ato em defesa dos direitos, na cidade de Pedro Alexandre, região nordeste da Bahia Um […]

Neste domingo (11), cerca de 150 atingidos pelo rompimento da barragem do Quati realizaram um ato em defesa dos direitos, na cidade de Pedro Alexandre, região nordeste da Bahia


Um mês após o rompimento da barragem, que atingiu direta e indiretamente quase 16 mil pessoas e deixou por volta de 2.400 desalojados, nas cidades de Coronel João Sá e Pedro Alexandre, a população atingida segue sem respostas por parte do poder público.

O ato foi realizado no período da manhã e terminou com uma missa com todos os atingidos. A manifestação contou com a participação e falas dos atingidos, sociedade civil local, sindicatos, igreja católica e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que mantém uma brigada de militantes nas duas cidades desde o dia 12 de julho. 

Diversas falas denunciaram o descaso por parte das autoridades competentes, em especial no que diz respeito à reparação dos danos causados pelas águas e sobre quais ações devem ser promovidas no médio e longo prazo que os direitos dos atingidos sejam garantidos.

Segundo Andréia Neiva, da coordenação nacional do MAB, “o ato foi muito importante para denunciar a situação em que se encontram as famílias atingidas que, até o momento, continuam sem respostas concretas sobre a situação de suas casas e perdas de móveis”. Até o momentos não há informações oficiais sobre a real situação das barragens vistoriadas, e Neiva acrescentou: “Os atingidos precisam de repostas sobre sua casas e como vão reorganizar suas vidas, hoje o que temos é uma situação de muita insegurança e incertezas em relação ao futuro”.

Para Claudemir Araújo, representante do Sindicato Dos Trabalhadores Rurais, a presença dos atingidos nas ruas é muito importante pois ” já são 30 dias que se passam sem nenhuma providência tomada, inclusive não vimos ninguém do poder público participando do ato pra dar uma resposta. Então, é preciso que o povo venha às ruas para que algo aconteça e outras tragédias não ocorram”.

A pesar de ter perdido porcos, galinhas, e ter a casa rachada e ilhada, o relato de Dona Josiete Figueredo demonstra que os prejuízos não são apenas materiais. Dona Josiete conta que está com muito medo de novos rompimentos, tem dificuldade para dormir e pesadelos em que vê sua casa enchendo de água, e por esses motivos está tendo acompanhamento psicológico. Josiete afirmou que o ato é de suma importância na luta pelos direitos, já que depois de um ato “tão marcante e bonito” acredita que o poder público terá que tomar previdências. Pede que os governantes olhem a situação do povo.

O ato teve fim com a realização da missa na igreja católica, onde foi celebrada a vida e evidenciada a importância da luta dos oprimidos pelo seus direitos. Luciana Araújo, integrante da coordenação paroquial afirma que “o ato foi muito importante pra nos fortalecer e nos fazer compreender que todos nós somos atingidos independentemente de se entrou água ou não em nossas casas, somos atingidos pela falta de responsabilidade do poder público em relação à manutenção dessas barragens”. Ela afirma ainda que a igreja tem lutado para garantir o direito dos atingidos e continuará lutando para melhorar as condições de vida do povo atingido.

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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