Em defesa das famílias da comunidade do Cajueiro, no MA

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) manifesta solidariedade à comunidade Cajueiro por sua luta em defesa do território e pelo direito de existência. Foto: Ingrid Barros.  Repudiamos e nos […]

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) manifesta solidariedade à comunidade Cajueiro por sua luta em defesa do território e pelo direito de existência.


Foto: Ingrid Barros. 

Repudiamos e nos indignamos diante de todas as formas de violência que as famílias sofreram no último dia 12 de agosto, quando a Polícia Militar agiu de forma truculenta contra as pessoas que se manifestavam pacificamente em frente ao Palácio dos Leões, em São Luís, na tentativa de buscar respostas do Governo do Estado. As famílias despejadas tiveram suas casas destruídas por tratores em ação de despejo autorizada pelo poder judiciário, realizada na manhã do dia 12 de agosto, e que ocorreu em total benefício da empresa multinacional chinesa TUP Porto/WPR, que planeja construir um megaporto na região.

 

Foto: Ingrid Barros.

Como se pode constatar, num ato de autoritarismo e covardia, o batalhão de choque agiu desrespeitando o direito constitucional de livre expressão e manifestação das famílias e atuou de forma absurdamente violenta, utilizando bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha para expulsar e dispersar de maneira forçada os manifestantes.

Nesse sentido, o MAB declara todo o seu apoio e solidariedade às famílias da comunidade que foram vítimas da arbitrariedade e da violência policial. Denunciamos a conduta vergonhosa da polícia militar que atua colocando o povo como inimigo, agindo sempre no cumprimento de ordens que beneficiam somente às grandes empresas estrangeiras.

Foto: Ingrid Barros.

Toda essa violência cometida contra as famílias tradicionais, pescadoras, camponesas e extrativistas é resultado de um modelo energético privado e excludente, onde o lucro está acima da vida e dos direitos do povo. Em nome deste modelo temos visto a implementação de um padrão recorrente de violação de direitos humanos e uma sequência de graves crimes ambientais.

Os atingidos por barragens conhecem na pele toda esta realidade, que historicamente exclui o povo dos processos de decisão e expulsa as famílias atingidas do seu território para dar lugar a implementação de grandes empreendimentos, usando como justificativa a falácia do desenvolvimento econômico.

Foto: Ingrid Barros. 

Com isso, o MAB reafirma que a luta e a resistência das famílias são justas e convoca a sociedade e as organizações populares para também apoiar a causa ao mesmo tempo em que cobra urgência e uma atitude de grandeza por parte do Governo do Estado do Maranhão na resolução dos problemas e na construção de soluções eficazes em favor das famílias do Cajueiro, respeitando e ouvindo-as de forma plena.

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