Desde cedo na luta: mães militantes do MAB levam filhos para defender educação pública

Na última quarta-feira (15), milhões de brasileiros estiveram nas ruas em defesa de uma educação pública de qualidade, contra os ataques do governo de Bolsonaro que anunciou o corte de […]

Na última quarta-feira (15), milhões de brasileiros estiveram nas ruas em defesa de uma educação pública de qualidade, contra os ataques do governo de Bolsonaro que anunciou o corte de verbas para o setor. Trabalhadores da educação, estudantes, movimentos sindical e popular ocuparam todas as capitais do país, o Distrito Federal e mais de 180 cidades.

Em muitos destes atos, estiveram presentes militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens, que ecoaram a palavra de ordem “a educação não é mercadoria” nos estados onde o movimento está enraizado. Nas manifestações, nossas militantes que são mães decidiram levar seus filhos, mesmo que ainda pequenos, para que eles pudessem fazer parte deste dia histórico em defesa do futuro da geração da qual eles fazem parte.

Acompanhe os relatos:

 

“Nós mulheres somos as principais vítimas dos retrocessos que estão ocorrendo no país, direitos fundamentais estão sendo negados, saqueados, extintos  por esse desgoverno do Bolsonaro. Então, neste momento em que o ataque é contra a educação, isso não atinge só os estudantes, mas toda a sociedade, e, claro, as mulheres – que vêem seus filhos crescerem e sabem que a educação é essencial.  

Participar das mobilizações é acima de tudo educá-los na rua, nada é dado de mão beijada, tudo é fruto de conquistas da classe trabalhadora. Nossos direitos só são garantidos quando estamos mobilizados, acima de tudo, esse processo é uma aula para os nossos filhos enquanto sujeitos.

Foi muito energizante ver aquela juventude toda na rua lutando por um futuro, por algo que eles querem ser, e que o estado brasileiro tem cortado esse sonho. O governo Bolsonaro tirou a possibilidade dos nossos jovens sonharem em ter um futuro. Minhas filhas vão crescer e poder ver que estiveram do lado certo da história, do lado da classe trabalhadora. Eu acho que esse é principal legado que eu enquanto mulher posso deixar pra elas, demonstrar que a luta é digna e nós fazemos parte da luta.”

Cleidiane Vieira, militante do MAB no Pará – e sua filha Maria Haydee, com  1 e 9 meses.

 

“Em contexto de violação intensa dos direitos dos trabalhadores, em uma intenção clara de eliminar a educação pública, sinto – enquanto militante e mãe – o compromisso de estar nas ruas lutando por nossos direitos; entendendo que o meu filho Miguel e os filhos de tantas outras mães terão o direito à educação pública e de qualidade negado. Eu levo ele nas manifestações também para que ele aprenda desde cedo que é na luta e na democracia que podemos conquistar os nosso direitos.”

Maria Gonçalves, militante do MAB Piauí/Maranhão – com o filho Miguel, de 10 meses.

 

“Fui na manifestação com minha filha de oito meses porque é um momento muito importante do nosso país, eu não poderia ficar em casa. Os direitos da classe trabalhadora foram conquistados com muita luta, e agora um governo irresponsável e incompetente tenta forçar a retirada da aposentadoria, e está sequestrando a verba da educação.

Eu estudei numa universidade pública, de excelente qualidade e quero que minha filha também possa estudar. Por isso estive na manifestação, junto com amigos, colegas e professores de quem tenho orgulho de ter sido aluna. Não é justa a forma como o governo trata os trabalhadores, que merecem ser aposentar com tempo para descansar um pouco, e também não é justa a forma como trata a universidade pública, que produz conhecimento de ponta, com aplicabilidade na vida das pessoas. O Brasil precisa investir em educação pras próximas gerações construírem um futuro melhor. Ao invés de entregar nossas riquezas pro capital privado, poderíamos estar investindo na educação.”

Cecília Zarth, militante do MAB em Porto Alegre – e a filha Laura, 8 meses.

 


“Acho que se manifestar é uma forma importante de participação política, de exercício da cidadania. Por isso, é um espaço educativo também para as crianças, faz parte da formação delas. Nesse caso em especial, que a pauta foi a defesa da educação, é simbólico que as mães estejam com seus filhos presentes, pois é a geração deles que está com o futuro ameaçado.”

Elisa Estronioli, militante do MAB Pará – e sua filha Maria, com 2 anos.

 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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