Em solidariedade às vítimas, Movimento dos Atingidos por Barragens denuncia massacre da Vale em ato em SP

Com forte simbologia, no sétimo dia da tragédia em Brumadinho, MAB e parceiros lembram o papel da mineradora nas mortes e danos ao meio   Texto por Claudia Rocha/ Movimento […]

Com forte simbologia, no sétimo dia da tragédia em Brumadinho, MAB e parceiros lembram o papel da mineradora nas mortes e danos ao meio


 


Texto por Claudia Rocha/ Movimento dos Atingidos por Barragens.

Fotos: Guilherme Gandolfi/ Levante Popular da Juventude. 

Para prestar solidariedade às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), nesta sexta-feira (01), o Movimento dos Atingidos por Barragens realizou um ato público junto com entidades parceiras na Praça da Sé, região central de São Paulo. 

No sétimo dia de buscas por vítimas do crime cometido pela mineradora Vale, membros de organizações sindicais, movimentos populares, entidades da sociedade civil e de defesa do meio ambiente, além de ativistas e simpatizantes, lembraram dos danos causados na cidade mineira em protesto onde afirmavam que “a Vale não vale nada”. A revolta e indignação foi marcada por um minuto de silêncio para lembrar das mortes e palmas para saudar os sobreviventes. Os manifestantes portavam cruzes e ascenderam velas nas escadarias da catedral. 

Para o advogado Ariel de Castro Alves, membro do Condep, Conselho Estadual de Direitos Humanos de São Paulo, houve violação direta dos direitos humanos neste caso. O representante do Conselho, que destacou a luta de décadas do MAB, afirma: “não se trata de um acidente, é sim uma tragédia, mas se trata de um crime porque pessoas assumiram o risco para isso acontecer.” 
O representante do Condep pondera a relação política. “Nós sabemos que muitos dos parlamentares, dos mais variados partidos, recebem financiamento e apoio eleitoral das mineradoras e das empresas que estão diretamente envolvidas com as barragens, por isso a dificuldade de punir essas pessoas e combater práticas que destroem o meio ambiente e dizimam as populações como ocorreu agora em Brumadinho e como já aconteceu em Mariana”, explica Alves. 

 

 

A atividade na capital paulista faz parte do apoio aos atingidos construído nacionalmente – em outros atos em cidades onde o movimento está presente como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza e Belém.  

O militante do MAB, Diego Santiago Ortiz Lopes, fala sobre as atividades na região: “temos um conjunto de pessoas do movimento que está em Brumadinho para atuar com os desabrigados, pessoas que não conseguiram ser reparadas neste processo, atuamos no acolhimento, no apoio psicológico e jurídico”. Ortiz comenta os próximos passos: “não estamos só em Brumadinho, estamos também em comunidades próximas, a bacia do rio São Francisco será atingida, estamos montando um plano de atuação nessas regiões também”, afirma.

“Fica muito claro que não se trata de um acidente porque três anos depois aconteceu a mesma coisa, não pode ficar impune uma atuação como essa. É irresponsabilidade achar que o enriquecimento pode estar acima de qualquer vida”, opina Lopes sobre a recorrência do rompimento de uma barragem no estado de Minas Gerais.

Nos próximos días acontecerão novos atos em diversas regiões do país. 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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