Atingidos e atingidas lutam por seus direitos no Paraná

Desde 2013, quando iniciou a construção da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu, os atingidos e atingidas iniciaram a organização e a luta pela garantia dos direitos. Já se passaram 5 […]

Desde 2013, quando iniciou a construção da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu, os atingidos e atingidas iniciaram a organização e a luta pela garantia dos direitos. Já se passaram 5 anos e só a luta fez com que mais da metade das famílias atingidas tivessem seus direitos garantidos da forma mais justa possível.


Só a luta garantiu um preço mais digno pelas terras. Só a luta garantiu o estabelecimento de critérios coletivos que valorizasem a terra, a história e os sentimentos de pertença. Só a luta permitiu a conquista pelo Reassentamento Rural Coletivo.

Porém, a pratica violenta das empresas Neoenergia e Copel continua assombrando a vida das pessoas sendo que mais de 200 famílias ainda não obtiveram seus direitos. A luta continua.

Aproximadamente 100 famílias estão prestes a serem expropriadas de suas terras sem reparação adequada, colocando a vida das famílias em risco eminente de ficar na rua, através da medida de alteração do licenciamento ambiental que criou o “Remanso”.

Cabe ressaltar que em 2013 já foi necessário o recadastramento, devido ao fato de muitas famílias terem ficado fora do público atingido, a fim de viabilizar a implantação da obra (redução de custos e menor impacto socioambiental). Assim, o remanso torna-se um mecanismo de expropriar as famílias, garantindo a redução dos custos do consórcio.

Outra situação se encontra em famílias que possuem seus direitos negados, onde a empresa adota regras unilaterais, desconsiderando o Termo de acordo existente que estabelece os critérios para realizar o processo indenizatório, por isso a necessidade da retomada imediata das reavaliações dos casos das famílias com direito negado.

Há também outras famílias que estão aguardando a aquisição de outras áreas para reassentamento rural coletivo, assim como ainda existem pendencias com as famílias que estão sendo reassentadas.

Conforme previsto no PBA é determinante a construção de um plano de desenvolvimento regional como forma de enfrentar o desemprego e o empobrecimento da região após a construção da obra. Também é fundamental a discussão para que o planejamento seja feito com ampla participação e protagonismo da população, a partir das necessidades concretas das famílias e comunidades, garantindo acesso a direitos fundamentais (moradia, transporte, renda, água, energia, educação, saúde, cultura, etc). É precisso entender o potencial de riqueza gerado a partir de recursos públicos investidos na Usina e as perdas motivadas pela construção de barragens.

Por fim, na região em que esta sendo construída a UHE Baixo Iguaçu, existem pessoas que residem, que construíram toda sua história de vida e que diante da ausência de informações, bem como sobre prazo de finalização da Usina, tem seus dias permeados pela constante preocupação da solução deste conflito.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro