Hydro-Alunorte: exploração que mata
Na última quinta-feira, 08 de março, as mulheres atingidas por barragens devolveram à Hydro, na sede do seu escritório em Belém, a lama que a empresa vem, há décadas, jogando […]
Publicado 13/03/2018
Na última quinta-feira, 08 de março, as mulheres atingidas por barragens devolveram à Hydro, na sede do seu escritório em Belém, a lama que a empresa vem, há décadas, jogando no povo paraense. Enquanto isso, ontem, 12 de março, na Sessão Especial sobre os desastres ambientais no Pará, promovida pela Assembléia Legislativa do estado, o que se exaltou foi o contraste entre os depoimentos e denúncias das lideranças de comunidades tradicionais de Barcarena e o cinismo do representante da empresa que compunha a mesa.
O minuto de silêncio pela morte do segundo líder comunitário a ter a vida ceifada por se contrapor aos interesses da Hydro representa o lado assassino do capital financeiro que na Amazônia, através das grandes empresas da mineração, da hidroeletriciade e do agronegócio mata rios, animais, plantas, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e camponeses.
Não nos calaremos! O Movimento dos Atingidos por Barragens se solidariza com todas as populações afetadas pelos crimes da Hydro. São gerações de comunidades que sofrem com mais de 25 vazamentos de barragens que poluem os rios, contaminam o solo e tiram a vida das pessoas e a empresa nunca foi responsabilizada. Pelo contrário, continua recebendo incentivos e isenções fiscais do Estado. Essa violência precisa acabar!
Que a Hydro pague por todos os crimes cometidos contra o povo de Barcarena e do Pará; que o Estado, em todas as suas esferas, juntamente com a empresa, tome medidas concretas e efetivas para a recuperação da natureza e atendimento às famílias afetadas, a curto, médio e longo prazo; que se respeite a Convenção 169 da OIT sobre a consulta prévia em grandes obras que geram impacto humano e ambiental. Enfim, que os atingidos pela Hydro sejam reconhecidos, respeitados e tenham todos os seus direitos garantidos.
Movimento dos Atingidos por Barragens
Água e Energia não são Mercadorias!