Atingidos por barragens e urbanitários denunciam preço da energia em Belém

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Sindicato dos Urbanitários fizeram um protesto em frente à sede da Celpa/Equatorial (distribuidora de energia do Pará) em Belém na manhã desta quarta-feira (9). A atividade teve o objetivo de denunciar o abuso no preço da tarifa praticado no estado.

Os manifestantes distribuíram panfletos para a população e para os trabalhadores explicando a situação. A empresa foi privatizada em 1998 no governo de Almir Gabriel (PSDB) e desde então, a qualidade do serviço vem diminuindo e o preço da tarifa está cada vez mais alto. Em 2012, após a falência do Grupo Rede, antigo controlador da distribuidora, a empresa passou a ser controlada pelo grupo Equatorial Energia.

“Desde quando a Celpa passou a ser controlada pelo grupo Equatorial, já foram demitidos 800 trabalhadores e apenas 300 contratados – e com piores salários. Hoje para cada trabalhador da empresa há quatro terceirizados e a meta da empresa é chegar a sete terceirizados para cada trabalhador do quadro próprio, como fez com a Cemar (distribuidora do Maranhão), também controlada por ela”, denuncia Ronado Cardoso, do Sindicato dos Urbanitários do Pará.

“O Pará é onde estão as grandes hidrelétricas como Tucuruí e Belo Monte e mesmo assim o povo paraense paga a terceira maior tarifa do Brasil, garantindo ao grupo Equatorial um faturamento de 7,7 bilhões nos últimos três anos”, denuncia Daiane Hohn, da coordenação do MAB.

Ontem, o Movimento no Pará também fez protesto nas sedes da Celpa em Itaituba e Altamira. A atividade faz parte da Jornada de Lutas do MAB devido ao 14 de Março, Dia Internacional de Luta Contra as Barragens. Os atingidos por barragens em todo o Brasil estão denunciando o preço da luz e a violação dos direitos dos atingidos por barragens, inclusive dos atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco (Vale/BHP Billiton).