Mulheres denunciam violações em ato unitário em BH

Nada de flores e presentes. Mais de 700 representantes de 40 diversas Federações, Centrais e Movimentos Sociais do campo e da cidade estiveram hoje na Assembleia Legislativa de Minas Gerais […]

Nada de flores e presentes. Mais de 700 representantes de 40 diversas Federações, Centrais e Movimentos Sociais do campo e da cidade estiveram hoje na Assembleia Legislativa de Minas Gerais exigindo direitos e cobrando uma postura efetiva do estado perante os direitos que permanecem negados às mulheres. O ato unificado reafirmou a força coletiva feminista nas lutas pela igualdade de gênero e contra as diferentes formas de violências: física, verbal, institucional, patrimonial e doméstica.

No dia 07 de março, que antecede o Dia internacional da Mulher, foi realizada uma análise da conjuntura política sobre a vida das mulheres, na atualidade e nas lutas históricas. O crime socioambiental promovido pela Samarco foi evidenciado como símbolo atual das violações contra as mulheres e motivou diálogos em grupo, nos quais as participantes compartilharam os enfrentamentos diários que vivem em seus territórios.

A troca de experiência se transformou em uma grande plenária, quando cada representante expôs os elementos debatidos e trouxeram em suasperspectivas, a resposta para a pergunta:“Em que lama você está?” e “O que fazer para ter uma vida melhor e avançar em nossos direitos?”.

Apesar de diferentes contextos e realidades as mulheres reivindicaram, em tom de denúncias, fatos semelhantes que acontecem nas regiões nas quais vivem. As questões ambientais ganharam destaque, a exemplo da luta contra a monocultura de eucalipto, a contaminação das águas e nascentes pelas grandes empresas, comprometendo toda a água que irriga os alimentos e abastecem as cidades. Outro fato é a dificuldade que as mulheres do campo enfrentam com a violência doméstica, pois as casas são distantes dos centros urbanos, o que quase impossibilita a ida da polícia aos locais que ocorrem as agressões físicas.

Segundo Aline Ruas, da coordenação do MAB em MG, as mulheres presentes no ato tem muito em comum.

“Nós mulheres estamos perdendo território. Essa é uma das questões que nos une, as mulheres atingidas, camponesas, quilombolas, jovens, idosas… Isso dificulta o trabalho, assim como a desvalorização salarial que sofremos. Essas são algumas das lamas que nos violentam, mas temos muitas ‘lamas’ em comum”, afirmou.

Dessa forma, a conjuntura seguiu com o consentimento de todas e algumas sugestões de empoderamento, como as comunidades criarem espaços de constrangimento aos homens que praticam a violência contra as mulheres, além da importância da auto-organização.

“O que mais apareceu foi que a violação de direitos são causados pelo sistema capitalista, patriarcal e machista. E o desejo de cada uma é transformar esse sistema, que atualmente mata, acaba com as terras”, completou Bernardete Monteiro, da Marcha Mundial das Mulheres.

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