Nota do MAB: Linchamento ao ex-presidente Lula é uma ameaça à democracia

O Movimento dos Atingidos por Barragens repudia veementemente a postura de setores do judiciário brasileiro que, em fina sintonia com a Rede Globo de Televisão, orquestraram um verdadeiro linchamento contra […]

O Movimento dos Atingidos por Barragens repudia veementemente a postura de setores do judiciário brasileiro que, em fina sintonia com a Rede Globo de Televisão, orquestraram um verdadeiro linchamento contra o ex-presidente Lula.

Na manhã desta sexta-feira (04), a Polícia Federal conduziu coercitivamente Lula a prestar depoimento na sede da entidade, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, como parte da operação Aletheia.

 Consideramos este fato uma afronta já que em nenhum momento o ex-presidente se negou a depor ou colaborar nas investigações. A operação, realizada por policiais vestidos com trajes de guerra, foi realizada como tentativa de desmoralização e linchamento público, típico dos tempos da amaldiçoada ditadura militar.

Para quem não sabe, linchamento ocorre quando se tenta fazer justiça pelas próprias mãos, sem um julgamento adequado. Nesse caso, essa forma de barbárie se personifica na figura do juiz da 13ª Vara Criminal de Curitiba, Sérgio Moro, condecorado no ano passado como personalidade do ano pelo jornal O Globo, da família Marinho, a mesma da mansão na reserva ambiental de Paraty.

O que está se tentando fazer com o ex-presidente Lula é condená-lo para posteriormente encontrar, ou criar, um crime que ateste a ação. Ou seja, esta oligarquia encastelada no Estado durante os cinco séculos da história do Brasil, agora quer se vingar da luta do povo que ousou conquistar direitos historicamente negados e de ameaçar privilégios desta elite.

Esse tribunal de exceção não afetará apenas o ex-presidente Lula, mas toda a classe trabalhadora brasileira. Esse é apenas o primeiro passo para a ofensiva contra as centrais sindicais, movimentos populares e partidos de esquerda.

Por isso, como lutadores e lutadoras do povo brasileiro, não podemos vacilar: o que se está gestando é um golpe institucional por meio da tentativa de criminalização do ex-presidente da República.

Caso concretizado, esse golpe apenas acentuaria o programa dos “derrotados” na última eleição: privatizações, retirada de direitos dos trabalhadores e criminalização dos movimentos populares que, lamentavelmente, estão sendo introduzidas no atual governo, por seu histórico de tentar conciliar com os interesses da burguesia interna no Brasil.

Por isso, o Movimento dos Atingidos por Barragens se solidariza com o ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva e com todas as vítimas desse estado de exceção, e convoca TODA a militância às ruas.

Nesse mês, que marca o dia internacional da mulher e a data internacional de luta contra as barragens, vamos marchar em todo o Brasil contra o golpe, pelos direitos do povo brasileiro e contra as privatizações.

 

Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens

São Paulo, 4 de março de 2016.

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