MAB organiza seminário internacional “Mulheres em Luta: Bordando a Resistência”
O seminário faz parte da programação da exposição de Arpilleras no Memorial da América Latina Teve início na manhã de hoje (19) o Seminário Internacional “Mulheres em Luta: Bordando a […]
Publicado 19/10/2015
O seminário faz parte da programação da exposição de Arpilleras no Memorial da América Latina
Teve início na manhã de hoje (19) o Seminário Internacional “Mulheres em Luta: Bordando a Resistência”. Mulheres de todo o país e de diversos países da América Latina se reuniram no prédio da Biblioteca Victor Civita, no Memorial da América Latina, para debater temas referentes aos direitos das mulheres na realidade atual.
A mesa de abertura contou uma presença especial, Amelinha Teles, ex-presa política e militante histórica da luta das mulheres no Brasil.
Amelinha, que foi torturada durante a ditadura e teve familiares sequestrados, contou um pouco de sua história, traçando um paralelo com os dias atuais:
“Tive meus filhos de 5 anos de idade sequestrados pela ditadura, vi minha irmã grávida sendo presa. Fui torturada no prédio do DOI – COD, e o que tenho a dizer, é que a ditadura ainda não acabou”, afirmou.
Ela teve seu primeiro contato com as arpilleras durante os anos da ditadura, em que conheceu companheiras chilenas que a apresentaram a técnica.
Sobre a luta das mulheres, Amelinha afirmou que o feminismo em si possui diferenças.
“Cada mulher tem um feminismo. Obviamente a violência que uma mulher branca sofre é diferente de uma mulher negra, de uma mulher rica e uma mulher pobre. A luta das mulheres nunca pode estar desassociada da luta por igualdade social”, analisou.
Nessa mesma linha, a coordenadora nacional do MAB, Sonia Mara, completou:
“Hoje, vivemos uma situação muito difícil na conjuntura, sobretudo para a classe trabalhadora. Essa situação é ainda mais grave para as mulheres. Por esse motivo, devemos lutar por nossos direitos em todos os sentidos e sobretudo para a construção de um projeto popular não só para as mulheres, mas para toda a classe trabalhadora”, afirmou.
A programação da exposição “Arpilleras: Bordando a Resistência” segue até o final dessa semana.