Denúncia de corrupção envolvendo Cemig e Andrade Gutierrez tem novas evidências

Documentos com detalhes sobre a negociação na Usina Hidrelétrica Santo Antônio foram anexados a processo em execução no Ministério Público; evidências foram reunidas por deputados petistas.

do Brasil de Fato

Novos documentos referentes às transações entre a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a empreiteira Andrade Gutierrez foram entregues na última semana ao promotor de Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais, Eduardo Nepomuceno. As evidências foram reunidas pelos deputados do PT, Rogério Correia e Professor Nivaldo. Nepomuceno afirmou que as denúncias – anexadas ao processo já em execução no Ministério Público (MP) – deverão facilitar o andamento do inquérito e, a partir de agora, acelerar o rumo das investigações.

O inquérito tem como alvo a negociação fechada em junho do ano passado entre a Andrade Gutierrez e a companhia energética na compra da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia. A Cemig pagou por parte da empreiteira durante o empreendimento, envolvendo o fundo de pensão dos empregados e absorvendo prejuízos milionários no episódio.

Segundo a denúncia, entre os anos de 2010 e 2013, a empresa chegou a receber mais de R$ 1,7 bilhão em dividendos da Cemig. Além disso, o acordo garantia à empreiteira o direito de indicar seu representante para a Diretoria de Desenvolvimento de Negócios e Controle Empresarial das Controladas e Coligadas, setor que controla os investimentos da companhia.

Doações

A Andrade Gutierrez foi a maior doadora de recursos da campanha do senador Aécio Neves (PSDB) à presidência em 2014. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que a empreiteira fez 322 doações ao então candidato tucano, valor que chegou a ultrapassar os R$ 20 milhões.

Foto: Programa de Aceleração do Crescimento