II Encontro das Mulheres Atingidas por Barragens da Região Oeste da Bahia
Uma das atividades do encontro foi a confecção das Arpilleras, onde as atingidas com retalhos, agulhas e linhas denunciam violações dos direitos humanos cometidas contra as mulheres. Foi realizado nos […]
Publicado 25/11/2014
Uma das atividades do encontro foi a confecção das Arpilleras, onde as atingidas com retalhos, agulhas e linhas denunciam violações dos direitos humanos cometidas contra as mulheres.
Foi realizado nos dias 22 e 23 de novembro de 2014 o segundo encontro das mulheres atingidas por barragens do Oeste-BA, na cidade de Coribe-BA. A atividade contou com a participação de 38 mulheres ribeirinhas dos Rios Carinhanha e Corrente, ambos afluentes do Rio São Francisco. Durante os dois dias as atingidas debateram sobre as violações dos direitos humanos das mulheres, aprofundando nas questões relacionadas à violência, trabalho e renda, prostituição, entre outros aspectos da vida das mulheres, discutindo os problemas que se agravam com as construções de barragens.
As mulheres participantes são ameaçadas por diversos projetos de barragens entre Usinas e PCHs, os debates feitos foram a partir de suas vivências na condição de ameaçadas e com base no acúmulo histórico do MAB com a luta e organização dos atingidos na denúncia das violações dos direitos humanos.
Foram construídas a partir dos debates, as Arpilleiras, onde as atingidas com retalhos, agulhas e linhas denunciam as violações de diversos direitos humanos, principalmente direito das mulheres atingidas. De acordo a atingida Marly Lessa, militante da região, a atividade serviu para debater as questões que afetam a vida dos atingidos, sobretudo fortalecer a organização das mulheres e fortalecer a resistência às barragens na região que já acumulam mais de vinte anos de luta. Ressaltou também a importância de construir as arpilleiras como mais uma forma de fazemos a denuncia das violações dos direitos das pessoas atingidas.
As mulheres se mostraram bastante animadas com a atividade, saíram com o compromisso de fortalecer a organização dos atingidos e construírem mais arpilleiras em suas respectivas comunidades, socializando assim os debates e a arte de construção das arpilleiras como forma de denúncia e resistência.