MG: A mulherada que luta todo dia denuncia com agulha e linha
Nos dias 15 e 16 de novembro, foi realizado o Encontro das Mulheres Atingidas por Barragens no Norte de Minas Gerais. A atividade aconteceu no Sindicato dos Trabalhadores Rurais do […]
Publicado 19/11/2014
Nos dias 15 e 16 de novembro, foi realizado o Encontro das Mulheres Atingidas por Barragens no Norte de Minas Gerais. A atividade aconteceu no Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município de Salinas. No encontro estavam presentes 13 mulheres atingidas por barragem do Norte de Minas (Barragem de Berizal, Projeto Gorutuba- CODEVASF) e Vale do Jequitinhonha (UHE Irapé- CEMIG), além de sindicalistas rurais integrantes da comissão de mulheres do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Salinas. O Encontro nomeado Elza Francisca de Melo é uma homenagem a companheira lutadora do MAB que faleceu no início do ano.
Com objetivo de organizar as mulheres e denunciar as violações cometidas com a construção das barragens, as mulheres construíram a arpilleira, técnica de bordado que tem sua origem no Chile, onde as mulheres a utilizaram no processo de Ditadura para retratarem as opressões naquela época. Sendo assim, a arpillera deixa de ser um simples bordado para ser uma ferramenta política de denúncia.
As principais violações apresentadas foram relacionadas ao mundo do trabalho e perda de vínculos familiares. As mulheres relatam suas perdas, uma história que não é fácil de ser contada.
Atualmente, a região é ameaçada pela barragem de Berizal no Norte de Minas e mais onze hidrelétricas na região do Rio Jequitinhonha. As duas regiões são ameaçadas também pela construção do mineroduto da empresa SAM (Sul Americana de Metais), que terá aproximadamente 480Km de extensão.
Na construção da arpilleira foi percebido pelas mulheres que tanto hidrelétricas, açudes, e mineração possuem violações muito parecidas e por isso a necessidade de continuar a luta todos os dias, afirmou Aline Ruas, militante do MAB na região.
A mulhereda do MAB de todo o Estado de Minas Gerais estão reunindo, bordando e registrando a sua história. Todas as mulheres presentes na atividade saíram com a tarefa de realizar o encontro em suas regiões até dia 10 de janeiro de 2015.