Paraenses protestam contra aumento na conta de luz

Nesta terça-feira (5 de agosto), os paraenses foram para a rua dizer um basta aos abusos da Celpa (distribuidora de energia do Pará). A empresa recebeu autorização da Aneel para […]

Nesta terça-feira (5 de agosto), os paraenses foram para a rua dizer um basta aos abusos da Celpa (distribuidora de energia do Pará). A empresa recebeu autorização da Aneel para aumentar a conta de luz em 34,41%. O anúncio foi feito hoje. A empresa havia pedido à Aneel autorização para aumentar a tarifa de luz em 37,07%, mesmo sendo considerada uma das piores distribuidoras de energia do país. 

De acordo com o Dieese ( Departamento intersindical de Estudos Socioeconômicos), o reajuste é o maior da empresa desde a privatização, em 1998. Esse é o 15º reajuste desde então. Segundo o Dieese, desde a privatização o aumento do preço da energia dos paraenses já alcança mais de 400%, contra uma inflação estimada em 176%.

Os atos públicos acontecem nas cidades de Belém, Altamira, Marabá e Itaituba em frente às sedes da distribuidora. As atividades foram organizados por movimentos sociais como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Levante Popular da Juventude e sindicatos como o dos eletricitários, dos professores e mototaxistas, entre outras organizações populares.

Em Belém e Marabá, haverá atividades na quinta-feira (7). Em Marabá, será uma panfletagem no bairro São Félix e Belém o ato em frente à distribuidora.

Ato em frente à sede da Celpa em Altamira, região atingida pela hidrelétrica de Belo Monte

“Vamos dizer um basta a esses abusos. Já pagamos umas das contas mais caras de energia do país e temos o pior serviço, mesmo sendo um estado com grandes projetos de geração de energia, como Tucuruí, Belo Monte (em construção) e o Complexo Tapajós (em planejamento)”, afirma Cleidiane Santos, militante do MAB.

“Aqui em Altamira, já vivemos o caos do aumento da população com Belo Monte. É difícil uma semana em que não falta energia algum momento do dia. Além disso, as contas vem absurdas, principalmente para a população mais pobre”, afirma Francisca, duplamente atingida pelo modelo elétrico brasileiro: pelo lago de Belo Monte e pelo alto preço das tarifas da Celpa.

Em Marabá houve ato em frente à distribuidora e panfletagem no semáforo

A Celpa foi privatizada há 13 anos pelo então governador Almir Gabriel (PSDB). Com a privatização, a qualidade do serviço piorou e o trabalho dos trabalhadores foi precarizado. Ocorreram demissões em massa e a prática da terceirização passou a ser corriqueira. Em 2012, após a falência do Grupo Rede, antigo controlador da distribuidora, a empresa passou a ser controlada pelo grupo Equatorial Energia.

Das 1.457 reclamações registradas pelo Procon no Pará no primeiro semestre de 2014, quase metade (717) foram contra a Rede Celpa. As principais reclamações são quanto a cobranças abusivas.

Das 63 empresas que distribuem energia no Brasil, a Celpa está em último lugar em qualidade. Cada brasileiro ficou durante o ano de 2012 em média 20 horas sem energia. Os paraenses ficaram mais de 100 horas. As perdas de energia da Celpa chegam a 35%, sendo 1/3 assumido pela empresa e 2/3 pelos consumidores. 

O estado do Pará é 4ª maior produtor de energia elétrica do país e possui a maior hidrelétrica totalmente brasileira já construída, Tucuruí com potencial de 8. 000MW, além de Belo Monte (em construção), com capacidade de 11.233MW. “Nosso estado é um grande exportador de energia através de ligas metálicas para a China e Japão, além de fornecer energia para a VALE, a maior mineradora do planeta. E quem paga a conta? É o povo trabalhador”, afirma Jackson Dias, militante do MAB.

*Com informações do portal G1

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