Atingidos realizam Audiência Popular em Jequitaí, Minas Gerais
Em prosseguimento às lutas do 14 de março, atingidos pelo Projeto Jequitaí, no Norte de Minas Gerais, realizam Audiência Popular para garantia de direitos. Nessa sexta-feira (21), mais de 200 […]
Publicado 21/03/2014

Em prosseguimento às lutas do 14 de março, atingidos pelo Projeto Jequitaí, no Norte de Minas Gerais, realizam Audiência Popular para garantia de direitos.
Nessa sexta-feira (21), mais de 200 atingidos pelo Projeto Jequitaí, dos municípios mineiros de Claro dos Poções, Engenheiro Navarro, Francisco Dumont e Jequitaí, de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (CODEVASF), reuniram-se neste último município para debater as violações de seus direitos na construção da barragem e buscar soluções coletivas.
Quando a CODEVASF chegou eles prometeram terra, disseram que os filhos tinham direitos e que iriam pagar até os pés de laranja. Já passou mais de ano e não recebemos nada, afirma Marta Neves, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
A obra iniciou em outubro de 2013 e caminha a passos largos. No entanto, o Plano de Negociação, aprovado de forma autoritária pela Fundação Renato Azeredo, é datada em 15 de fevereiro de 2012 e até hoje não foi cumprido. Além disso, o Ministério da Integração Nacional vêm se negando a dialogar com os atingidos.
A Audiência é parte do plano de trabalho formulado junto à Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social (CIMOS), equipe de mobilização ligada ao Ministério Público, que vêm auxiliando os atingidos na resolução do conflito.
O próximo passo é realizar uma Audiência Pública no dia 08 de maio desse ano, junto ao Ministério Público Federal. As violações dos direitos dos atingidos têm se agravado na região e precisamos evitar que a situação piore, relatou Luiz Tarcizio, da CIMOS.
Além da CIMOS, estavam presente a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jequitaí (STR Jequitaí), e autoridades do legislativo e do executivo.
Conseguimos alguns avanços hoje, no entanto, sabemos que para garantir de fato nossos direitos vamos precisar de muita mobilização e pressão sobre a CODEVASF, finalizou Marili Zacarias, do MST.