Atingidos de Aimorés se reúnem com a Vale e Governo Federal

Após o trancamento da estrada de ferro Vitória-Minas, Vale promete encaminhar reivindicações dos atingidos, mas cobra responsabilidade da CEMIG. Atingidos acreditam que apenas com mais mobilizações suas pautas serão atendidas.

Na tarde desta segunda-feira (18), atingidos se reuniram com diretores da Vale e representantes do Governo Federal para discutir as violações e as responsabilidades da Usina de Aimorés, localizada na região leste de Minas Gerais. Esta reunião foi uma conquista da ocupação da linha férrea Vitória – Minas, ocorrida no dia 13 de março, durante a Jornada de Lutas Contra as Barragens. 

Mais de 200 atingidos por Aimorés, dos municípios de Aimorés, Itueta e Resplendor, fizeram uma marcha pela cidade de Aimorés até o local onde a Comissão dos Atingidos estava reunida.
O membro da comissão e integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens,  Guilherme Sousa, avalia que a reunião foi boa, pois abriu um canal de diálogo que não existia. “Apesar de ser uma conquista, tudo depende da nossa força de mobilização e pressão para garantir os acordos”, afirma.

No decorrer da reunião, a Vale demonstrou boa vontade em atender a pauta, mas ressaltou que as decisões também dependem da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), que controla junto com a Vale a usina de Aimorés. “A luta não vai parar e chegou a hora de pressionar ambas as empresas responsáveis”, garante Guilherme.

Os atingidos exigem atendimento imediato às várias demandas da região, como o reconhecimento das mulheres pescadoras, indenização aos atingidos pelas enchentes, água para abastecimento e incentivo à produção no reassentamento.

Os atingidos permaneceram em vigília das 16h até ás 23h. Os diretores da Vale e integrantes do Governo Federal saíram pela porta dos fundos, após um deles ter sido vaiado pelo povo.

A região do Leste de Minas Gerais seguirá em luta até que todas as pendências sejam solucionadas.

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