Atingidos ocupam sede da COPEL no Paraná

Desde as 16 horas desta quarta-feira (12), 200 atingidos ocupam a sede da Companhia Paranaense de Energia (COPEL), localizada no município de Cascavel, no Paraná, para cobrar seus direitos. Os […]

Desde as 16 horas desta quarta-feira (12), 200 atingidos ocupam a sede da Companhia Paranaense de Energia (COPEL), localizada no município de Cascavel, no Paraná, para cobrar seus direitos.

Os manifestantes são atingidos pela Usina Hidrelétrica de Baixo Iguaçu, projeto em construção desde o ano passado no sudoeste do Paraná, que poderá atingir 800 famílias, ou cerca de três mil pessoas.

A decisão de ocupar a sede da COPEL surgiu após a ausência do consórcio Geração Céu Azul, formado pela própria COPEL e pela corporação Neoenergia, na reunião marcada na manhã desta quarta-feira com representantes dos atingidos.

Desde o início de suas obras, a usina foi responsável por diversas violações de direitos humanos, como: o direito à informação, ao reassentamento, à indenização, dentre outros.  

Segundo a coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no estado, Nívea Diógenes, é inaceitável a postura da COPEL. “Como uma empresa pública, a COPEL deveria buscar atender os interesses do povo, mas o que se vê é exatamente o contrário”, afirmou.

Os atingidos reivindicam que o governo do estado do Paraná, junto com a COPEL e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), responsável pelo licenciamento de Baixo Iguaçu, ajudem a pressionar pela imediata criação de uma Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB), através de um fundo com recursos da união, dos estados e do próprio setor elétrico para sua viabilização.

Foto: Joka Madruga

Esta é uma reivindicação histórica dos atingidos, que tem como única garantia jurídica uma lei datada de 1941, com garantia de indenização apenas aos proprietários da terra, excluindo meeiros, arrendatários, trabalhadores assalariados etc.

Além disso, o MAB cobra solução imediata para as famílias atingidas por Baixo Iguaçu, sendo: destinação de áreas para reassentamento, elaboração de um plano urbanístico para a área urbana de Marmelândia, apresentação do caderno de preços para negociação das indenizações, cancelamento de todos os processos judiciais e negociação mediante critérios claros, sem a judicialização das indenizações.

Esta é a primeira ação que integra a jornada do dia 14 de março, marco internacional da luta contra as barragens. 

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro