Encontro do MAB fortalece mística e cultura popular
Chapéus, enxadas, remos de barco, flores, bandeiras, colchas de retalhos, artesanato de vários tipos. Exemplos de instrumentos de trabalho e da produção cotidiana dos militantes atingidos por barragens todas as […]
Publicado 03/09/2013
Chapéus, enxadas, remos de barco, flores, bandeiras, colchas de retalhos, artesanato de vários tipos. Exemplos de instrumentos de trabalho e da produção cotidiana dos militantes atingidos por barragens todas as regiões do país. Simbologias expostas em frente ao palco principal do Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que acontece em Cotia, São Paulo, reunindo mais de três mil militantes do movimento vindos de todo o Brasil, além de representantes de 25 países. Música, poesia, troca de olhares, abraços e culturas de cada estado e região. Lágrima, sorrisos e gestos de militantes que buscam cotidianamente em sua luta o que diz o tema central do encontro: Água e energia com soberania, distribuição da riqueza e controle popular.
As regiões trouxeram para o encontro simbologias que fazem pensar e valorizar a luta em sua perspectiva mística, na geração uma energia que faz avançar a animação e a reflexão sobre a importância de sair do papel de vítima e colocar-se como sujeito de sua história e da luta coletiva. Queremos que todo o encontro seja místico, ou seja, traga esta carga de energia positiva, profunda, que reforça a luta, afirma Fernanda de Oliveira Portes, da coordenação nacional do MAB e uma das coordenadoras da equipe de organização da mística, que envolve mais de 20 pessoas, durante todos os dias do encontro.
Pensando em trazer o máximo possível das diferentes culturas, etnias e questões típicas, foram divididas grandes regiões do país para apresentações em cada momento das atividades, nos quatro dias de encontro, de 2 a 5 de setembro. ¨É importante salientar que a construção do encontro vem sendo encaminhada e trabalhada desde 2011, nos estados, caminhando na perspectiva da mensagem política de nosso encontro¨, destacou Fernanda.
A chamada para as atividades, com uma passeata de tambores percorrendo o parque também é um dos pontos de animação cotidiana no período do evento. O toque dos tambores chama para a reflexão, para os debates e plenárias.
Apresentações culturais trazem ainda mais animação
Cultura e arte estão, sempre, fazendo parte do movimento. Dentro do Encontro Nacional não é diferente. Além dos momentos de mística preparados pelos próprios militantes, algumas apresentações fazem parte da programação. A Orquestra Sanfônica de São Paulo, que reúne mais de 150 sanfoneiros, é um dos destaques do programa cultural do encontro, que envolve também animação com cantores populares e um repertório bastante ligado às lutas do MAB.
Foto: Joka Madruga