Movimentos sociais se reúnem com Dilma e pressionam por mudanças estruturais
Na última sexta-feira (5), os movimentos sociais do campo se reuniram com a presidenta Dilma e com os ministros Gilberto Carvalho e Pepe Vargas no Palácio do Planalto por […]
Publicado 07/07/2013

Na última sexta-feira (5), os movimentos sociais do campo se reuniram com a presidenta Dilma e com os ministros Gilberto Carvalho e Pepe Vargas no Palácio do Planalto por mais de duas horas para discutir o atual momento político por que passa o país e as demandas das organizações. A audiência se insere no contexto das mobilizações sociais que estão acontecendo pelo país afora, cuja próxima grande ação está programada para o próximo dia 11.
Durante a audiência, os movimentos entregaram uma carta para a presidenta, assinada por 22 organizações. O povo brasileiro está nas ruas, cobrando e reivindicando solução aos verdadeiros problemas da classe trabalhadora, exigindo redução nas tarifas, melhorias no transporte, lutando por melhorias no atendimento da saúde (SUS) e educação pública, gratuita, de qualidade, e pela democratização dos meios de comunicação, contra a repressão, entre outros. As lutas sociais são legítimas e somente elas podem melhorar as condições de vida de nosso povo, consta na carta que também pede que ocorram mudanças profundas: É momento dos governos superarem posturas conservadoras e avançarem no ritmo e profundidade que as lutas populares estão exigindo.
Os movimentos avaliaram positivamente a abertura de diálogo direto com a presidenta Dilma, mas reafirmaram que sairão às ruas no próximo dia 11 de julho para defender os interesses dos camponeses e da população em geral e não para defender o governo, mesmo que a presidenta tenha avançado ao pautar o plebiscito popular”, afirmou Alexandre Conceição, integrante da direção nacional do MST.
Embora apoiem os cinco pontos propostos pelo governo para serem incluídos num plebiscito sobre a reforma política, os movimentos defendem que outros tópicos sejam levados à consulta popular, especialmente em relação a mecanismos capazes de aumentar a democracia direta.
Segundo Conceição, a reforma não pode ter uma conotação meramente eleitoral, como prevê a formatação proposta pelo Planalto. Uma das propostas, segundo o representante do MST, é que com assinaturas de 1% do eleitorado seja possível convocar plebiscitos. Hoje, esse percentual é válido para a apresentação ao Congresso de um projeto de lei de iniciativa popular.
Demandas dos atingidos por barragens
Representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também estiveram presentes na audiência e pautaram a necessidade urgente da criação da Política Nacional de Direitos da População Atingida por Barragem. Segundo Joceli Andrioli, a presidente disse estar ciente sobre a política e que o governo se compromete em fazer.
Nesta segunda-feira (8), o MAB estará reunido com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para avançar na elaboração da política. O Movimento quer que o governo se comprometa em assiná-la até o início de setembro, quando acontece o Encontro Nacional do MAB. Esta demanda é histórica e entendemos que este governo tem condições de apresentar até setembro. Estaremos em 4 mil atingidos participando do Encontro Nacional e queremos que o Governo vá até o encontro para anunciar essa nossa conquista, finalizou.
Nesta segunda-feira a Secretaria Geral também estará recebendo a Plataforma Operária e Camponesa para a Energia para uma reunião em Brasília. A Plataforma apresentará uma série de demandas e propostas, entre elas o cancelamento da rodada de leilões do pré-sal e a não privatização das barragens cujas concessões estarão vencendo no próximo período.