Exército e Força Nacional ocupam canteiro de Belo Monte
O Exército e a Força Nacional estão ocupando desde ontem (31) o sítio Pimental, onde há um dos canteiros das obras da barragem de Belo Monte, na região de Altamira […]
Publicado 31/10/2012
O Exército e a Força Nacional estão ocupando desde ontem (31) o sítio Pimental, onde há um dos canteiros das obras da barragem de Belo Monte, na região de Altamira (PA). A medida seria para impedir novos protestos de indígenas e demais grupos atingidos pela barragem no local.
Entre os dias 8 e 17 de outubro, pescadores e indígenas promoveram uma ocupação no local, porque a Norte Energia, dona da barragem, não cumpriu as condicionantes da obra e se negou a negociar com os atingidos. Com o protesto, foi conseguida uma audiência de conciliação entre representantes dos ocupantes e a empresa, mas poucas medidas concretas foram acordadas e grande parte das decisões foram postergadas para reuniões posteriores.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) questiona se a entrada das forças policiais e militares no canteiro poderá agravar o clima de tensão em torno da obra. “Os grupos atingidos vem promovendo protestos pacíficos e legítimos, que são o único jeito de se fazerem ouvir pela empresa. Tememos que a entrada do Exército e da Força Nacional possa agravar o quadro de violações de direitos humanos contra as populações mais fragilizadas”, afirmou Antônio Claret, militante do MAB na região.
Os pescadores estavam promovendo ocupações em ilhas próximas à obra da ensecadeira da barragem desde meados de setembro. Eles alegam que já não há peixes em vários pontos do rio Xingu, enquanto a empresa se nega a reconhecer que há impactos sobre a pesca.
Os indígenas realizaram uma ocupação da obra entre junho e julho, mas continuaram instatisfeitos com os acordos assinados para desocupação do canteiro. Eles exigem que a Norte Energia realize as medidas do Plano Básico Ambiental, que preveem obras de infraestrutura, educação, saúde, entre outros, mas que a própria empresa reconhece que estão atrasadas.