Movimentos sociais do campo e da cidade fecham rodovia em Rondônia

Cerca de mil trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade bloquearam nesta manhã (22) a BR 364, no quilômetro 350, no município de Ji-Paraná, região central do Estado de […]

Cerca de mil trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade bloquearam nesta manhã (22) a BR 364, no quilômetro 350, no município de Ji-Paraná, região central do Estado de Rondônia.

Os trabalhadores, representados por diversas organizações sociais, protestam contra a postura de desrespeito do Governo Federal, em relação a não implementação da reforma agrária e da não transposição dos servidores ao quadro da União.

A união entre entidades sindicais e sociais é inédita no Estado e concretiza o Movimento Unificado pela Transposição e Reforma Agrária, reunindo representantes do Movimento Sindical pela Transposição, Centrais Sindicais, (CUT, CTB, UGT), Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia (FETAGRO) e seus 41 sindicatos filiados, Via Campesisna formada pelos movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dos Pequenos Agricultores (MPA), dos Atingidos por Barragem (MAB), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Pastoral Indiginista.

O movimento é estratégico para dar a mesma prioridade para as duas reivindicações. Desenvolverá novas ações e protestos para dar visibilidade à pauta de reivindicação e forçar o governo federal a dialogar e negociar. A ideia é ir gradativamente aumentando o tamanho e a duração dos protestos.

Os representantes do campo  reforçam a luta pela terra, destacando que a reforma agrária precisa ser vista como investimento, onde os ganhos são tanto para o campo quanto para a cidade. “Não é possível tratar da miséria sem reforma agrária”, pontua Lázaro, presidente da FETAGRO.  “O  campo produtivo proporciona relação de ganho econômico direto com a cidade”, destacou Claudinei dos Santos, coordenador estadual da Via Campesina.

A destinação de terras públicas da União para que se faça reforma agrária está entre as questões internas do Estado, que carecem de consideração e ação do governo federal. Este item é considerado primordial para que haja vida digna aos homens e mulheres do campo, bem como é fundamental para o fim de inúmeros conflitos agrários e da violência no campo.

Em relação à reivindicação dos trabalhadores da cidade, em especial aos servidores que aguardam a transposição, a indignação é com a postura dos burocratas da União que vem deliberadamente atrasando, dificultando e por fim, praticamente, impedindo que os servidores do ex-Território sejam transpostos. Para piorar o descaso, a Advocacia Geral da União não divulga o parecer oficial e o Ministério do Planejamento não publica a Instrução Normativa.

Com isso, impedem até mesmo que se busque a via judicial. “Queremos ser recebidos pela Presidenta Dilma, para pedir que ela cumpra com o compromisso assumido com os servidores”, ressalta Manoel Rodrigues do SINTERO. Para o presidente da CUT, Itamar Ferreira, “o Governo Federal tem que cumprir com a determinação Constitucional de transposição, que significará justiça com Rondônia e mais possibilidades de investimentos, inclusive na agricultura familiar, que já apresentou reivindicação de 20% dessa economia”.

O ato que realizamos em Rondônia está em sintonia com o Encontro Unitário dos Povos do Campo, que aconteceu desde segunda-feira, dia 20, em Brasília. “Em nossa avaliação, só será possível avançar na reforma agrária a partir de uma unidade entre as organizações e movimentos sociais do campo, pautado em um programa unitário e ações de massas”, afirmou Márcio Santana, liderança do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Para os manifestantes o momento é histórico e dá início a uma série de ações por uma luta comum  da classe trabalhadora e por benfeitorias para o Estado. Esse movimento repudia a má vontade e resistência do governo federal em atender o Estado em relação a transposição dos servidores e à reforma agrária.

Com informações da CUT/RO

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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