Atingidos por barragens retomam mobilizações em defesa dos bens naturais e para garantir direitos
Nessa semana, os atingidos por barragens de todo o país voltam a se mobilizar para defender os bens naturais, denunciar o avanço do capital sobre a natureza e lutar pelos […]
Publicado 04/06/2012
Nessa semana, os atingidos por barragens de todo o país voltam a se mobilizar para defender os bens naturais, denunciar o avanço do capital sobre a natureza e lutar pelos seus direitos. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) integrará as ações da Via Campesina e movimentos sociais que marcarão o 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.
A mobilização do dia 5 de junho é em preparação para a Cúpula dos Povos, atividade dos movimentos sociais paralela à Rio+20, que acontecerá entre os dias 15 e 23 no Rio de Janeiro. Os movimentos vão denunciar as falsas soluções apresentadas pelas empresas para a preservação do meio ambiente, baseadas no aumento da apropriação dos bens naturais e na violação dos direitos humanos, e pautar os temas da soberania alimentar e energética. A luta será contra as tentativas de privatização dos bens naturais, em especial da água e da energia. Nós do MAB vamos denunciar a contradição do modelo energético brasileiro, que se apresenta como limpo, mas deixa um rastro violação dos direitos humanos nas áreas de construção das barragens, afirma Tatiane Paulino, da Coordenação do Movimento.
Para o MAB, o central é a crítica do atual modelo energético brasileiro, que prioriza a geração de lucro para grandes empresas às custas de violação dos direitos dos atingidos, degradação do meio ambiente e precarização do trabalho dos trabalhadores no setor elétrico. Além disso, toda a população é prejudicada, pois paga uma das contas de energia mais caras do mundo, afirma Joceli Andrioli, da Coordenação Nacional do MAB.
Pelos direitos dos atingidos
Na Jornada de Lutas do 14 de Março, o governo novamente se comprometeu a pagar a dívida histórica que o Estado brasileiro tem com os atingidos e construir uma política nacional de reparação. Porém, os atingidos estão preocupados, pois mais de três meses se passaram e não foram tomadas medidas concretas. Sabemos que, para que essas promessas saiam do papel, é necessário fazermos nossa parte enquanto movimento social: continuar em luta, afirma Joceli.
O MAB vem pautando a necessidade de se formular uma política nacional de tratamento para os atingidos por barragens, com respeito aos direitos humanos dessa população, como os direitos à terra, ao trabalho, à educação, à saúde, à convivência comunitária, entre outros. Além disso, exige que seja criado um fundo para garantir uma adequada de reparação das perdas e prejuízos dessa população.
Em aliança com os trabalhadores do setor energético, articulados na Plataforma Operária e Camponesa para a Energia, o MAB também vai pautar a luta contra a privatização do setor elétrico. No momento, essa luta se expressa na defesa da renovação das concessões que vão vencer nos próximos anos grande parte delas de empresas estatais e que correm o risco de serem privatizadas se forem feitos novos leilões.