MAB debate preço da luz com moradores de Vigário Geral

Na noite do último dia 8, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) foi convocado pelos moradores do bairro Vigário Geral, do Rio de Janeiro, para fazer o debate sobre os altos preços nas tarifas de energia elétrica. Os moradores estão pagando preços abusivos na conta da luz nos últimos meses e isso tem causado descontentamento geral, que ocasionou em uma série de mobilizações.

Segundo os moradores, depois da privatização da Light, vêm ocorrendo fatos que estão ocasionando descontentamento à comunidade Vigário Geral e em toda a região. Está escrito em um panfleto distribuído: “Só estamos vendo coisas erradas: apagão, pico de luz, explosões, volta da taxa de iluminação pública, demissão de trabalhadores e terceirização e agora a aplicação de uma tecnologia de medição de energia que reajusta a conta da luz em mais de 100%, sem analisar ou preparar as comunidades para tal impacto econômico e ameaçando com cortes, atuando numa lógica de monopólio privado, tudo pelo lucro”.

Após a empresa trocar os medidores, algumas famílias chegaram a receber conta de até R$ 900 na comunidade. O Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com uma ação civil pública para que a Light substitua os medidores de luz atuais pelos antigos. Os aumentos nas contas de luz chegam a 846%, de acordo com o Ministério Público.

O presidente da Associação de Moradores e Amigos de Vigário Geral (AMAVIG), João Ricardo acha injusto os moradores que menos consomem energia pagarem a mesma quantia dos que mais consomem. “É um absurdo! Nós pagamos quase o mesmo valor na conta da luz que os cidadãos da Zona Sul do Rio, que mais consomem energia elétrica”, diz o presidente.

Para José Josivaldo, da direção nacional do MAB, a luta contra o atual modelo energético, que oprime a classe trabalhadora do campo e também na cidade, deve ser constante. E isso se comprova no bairro de Vigário Geral.

As mais de 150 pessoas da comunidade que estavam presentes na atividade com o MAB relataram que estão deixando de comprar alimentos para a família para pagar a conta da luz, e mesmo assim, em muitos casos, a renda da família não é o suficiente para pagar a conta de energia.

Os moradores já fizeram diversos atos, entre eles um que mobilizou mais de 1.000 famílias em frente ao depósito da Light. Além disso, entraram com um processo judicial contra a empresa Light.