MAB participa de ato em apoio aos moradores despejados da ocupação Pinheirinho

Cerca de 4.000 pessoas participaram de uma manifestação em apoio às famílias da ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), nesta quinta-feira (2). Os moradores foram despejados da […]

Cerca de 4.000 pessoas participaram de uma manifestação em apoio às famílias da ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), nesta quinta-feira (2). Os moradores foram despejados da área, onde viviam desde 2004, no dia 22 de janeiro, em uma ação da polícia militar que ganhou repercussão em todo o país pelo alto grau de violência.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) esteve presente na manifestação, mostrando sua solidariedade à luta dos moradores do Pinheirinho por moradia e denunciando a violação de direitos humanos perpetrada pelo governo de São Paulo. Também participaram do ato o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), além de entidades do movimento estudantil e militantes de centrais sindicais e partidos políticos.

O protesto começou por volta das 11h30. Os manifestantes realizaram uma marcha da praça Afonso Pena até a Prefeitura de São José dos Campos, passando pela Câmara dos Vereadores e pelo centro da cidade.

“Essa manifestação de hoje, que reuniu diversas centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos que vieram protestar a favor do Pinheirinho, não se prende apenas a questão da moradia, mas a melhores salários, educação e saúde para toda a classe trabalhadora”, afirmou Nanci Galvão, coordenadora do Fórum de Resistência do Pinheirinho. Os manifestantes cobraram que a presidenta Dilma Rousseff desaproprie a área do Pinheirinho para assentar as famílias.

Após o ato político, os participantes fizeram uma visita ao Pinheirinho, onde ainda se pode ver os escombros do que um dia foi um bairro que abrigou 2 mil famílias. Trata-se de um terreno de 1,3 milhão de metros quadrados, na zona sul de São José dos Campos, agora completamente coberto pelo entulho das casas, compondo uma paisagem de devastação difícil de aceitar que tenha sido provocada pelo ser humano.

No fim do dia, os integrantes do MST levaram doações de seus assentamentos para o ginásio onde as famílias remanescentes da ocupação estão alojadas, em condições precárias. Algumas famílias receberam passagens da prefeitura para retornarem às suas terras de origem.

Histórico

Em uma operação de guerra, mais de 2 mil policiais, amparados por 2 helicópteros e dezenas de carros, expulsaram de forma violenta as famílias que viviam na ocupação Pinheirinho. A PM cumpriu ordem de reintegração de posse da Justiça Estadual e da Prefeitura de São José dos Campos.

Durante a ação da PM, um juiz do Tribunal Regional Federal (TRF) chegou a determinar a suspensão da retirada das famílias, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a ordem de reintegração de posse. Além disso, a ação foi realizada sem considerar as negociações para regularização da área que já haviam sido iniciadas entre os governos federal, estadual e municipal.

O terreno pertence à massa falida da empresa Selecta, do grupo de Naji Nahas, que entrou com o processo para a retirada das famílias na época da ocupação iniciada em dia 27 de fevereiro de 2004, após a expulsão violenta dos sem-teto de um terreno no bairro Campo dos Alemães.

*Com informações do Brasil de Fato

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro