Atingidos pela barragem de Samuel avançam nas negociações
Depois que mais de trezentos atingidos pela barragem de Samuel bloquearam por de 8 horas a BR 364 na manhã de ontem (22/08), em Rondônia, a diretoria da Eletronorte aceitou […]
Publicado 23/08/2011
Depois que mais de trezentos atingidos pela barragem de Samuel bloquearam por de 8 horas a BR 364 na manhã de ontem (22/08), em Rondônia, a diretoria da Eletronorte aceitou receber uma comissão de 10 atingidos por barragens para uma audiência em Brasília, no próximo dia 31 de agosto.
O governo do estado de Rondônia assumiu o compromisso de estar junto com o MAB neste processo de negociação, com representação das Casas Civil e Militar e da Secretaria de Agricultura do Estado. Para a coordenação do MAB, o fato do governo ter se posicionado favoravelmente é muito importante, pois dá mais peso para a audiência, assumindo também compromissos com a região atingida. Participarão da reunião a diretoria da Eletronorte, da Eletrobrás e da Aneel, além dos representantes do MAB e do governo federal.
Entre os pontos principais da reivindicação está a celebração de um termo de compromisso da Eletronorte e Eletrobrás junto ao MAB sobre o rebaixamento da energia elétrica para os municípios e comunidades da região atingida pela Usina Hidrelétrica de Samuel. Desde o término de sua construção, em 1989, a energia gerada não atende áreas próximas a usina, como a zona rural de Candeias do Jamary, e os municípios de Itapuã do Oeste e Cujubim. Muitas famílias sofrem com a queda constante de energia, causando a perdas na produção e perda de equipamentos elétricos.
Ainda na pauta de reivindicação estão um plano de recuperação e desenvolvimento dos municípios atingidos pela barragem, envolvendo as áreas da cultura, educação, produção e infraestrutura, o reassentamento de 800 famílias cadastradas pelo INCRA no estado e ações de fortalecimento da pesca e da aqüicultura na região. No que se refere aos assentamentos, os atingidos cobram que ele deverá atender as exigências das condições do modelo historicamente defendido pelo MAB. Já com relação à pesca, os atingidos cobram estruturas para beneficiamento e comercialização do pescado, como a implantação de projetos experimentais e de implantação de tanques redes e escavados nas comunidades.
A construção da Usina de Samuel deixou uma dívida social enorme. A exemplo, podemos citar a cidade de Itapuã que vive um estado caótico em conseqüência da construção de Samuel. Já expomos esta situação na reunião que tivemos com a presidenta Dilma no início de julho e agora exigiremos avanços por parte do governo, afirma Océlio Muniz, da coordenação do MAB.
O Movimento já havia interditado a rodovia no final de março deste ano cobrando medidas e ações da Eletronorte e do estado brasileiro para atender a dívida social histórica existente com as famílias atingidas pela construção da usina de Samuel. A retomada do protesto no mesmo local também é uma demonstração da insatisfação com os resultados das reuniões e negociações que ocorreram com a empresa.