Cerca de 400 pessoas protestam contra a construção de usinas e exigem respeito às comunidades atingidas
Publicado 07/05/2010 - Atualizado 16/02/2025
Desde a manhã de hoje (07) cerca de 400 famílias ameaçadas pela barragem de Riacho Seco e Pedra Branca estão mobilizadas na comunidade Cerca de Pedra, no município de Curaçá (BA), contra a construção das duas usinas. Dois funcionários da Chesf, empresa interessada na construção das obras, foram impedidos de deixar a comunidade, depois de fazerem mais uma de suas visitas. Em assembléia, eles decidem quais serão as ações para amanhã e para os próximos dias.
O clima é bastante tenso no local e os agricultores alertam de que se, não forem respeitados em suas posições, novas ações serão realizadas. Eles reclamam do método de trabalho realizado pela empresa. “A Chesf está fazendo o que chama de Reuniões Informativas e Oficinas Participativas, que pra nós não passa de uma forma de enganar o povo”, disse uma das lideranças.
A argumentação dos atingidos é a de que essas reuniões serão parte do Estudo de Impacto Ambiental. “No entanto, a forma como estão sendo realizadas ilude de que será muito bom. Mas o povo está alerta, tem vivo na memória os problemas de Sobradinho e farão de tudo para impedir a construção da barragem”, finalizou.
A Companhia Hidroelétrica do Vale do São Francisco (Chesf) é a dona da Barragem de Sobradinho, é uma das empresas ganhadoras do leilão de Belo Monte e está pleiteando a construção das barragens de Belo Monte e Riacho Seco.

Os agricultores e agricultoras querem a suspensão imediata das reuniões e das oficinas que estão sendo realizadas nos municípios ameaçados pelas barragens. A mobilização de hoje é a continuação da jornada de lutas do 14 de março, onde os atingidos por Itaparica e Sobradinho e os ameaçados por Riacho Seco e Pedra Branca montaram acampamento na cidade de Sobradinho e ocuparam a sede da Chesf local.
