Famílias organizadas no MAB continuam mobilizadas em MG
Famílias atingidas por barragens em Minas Gerais estão mobilizadas desde o último 14 de março, Dia Internacional dos Atingidos por Barragens. No dia 20/04 fizeram panfletagem em Belo Horizonte contra […]
Publicado 30/04/2010
Famílias atingidas por barragens em Minas Gerais estão mobilizadas desde o último 14 de março, Dia Internacional dos Atingidos por Barragens. No dia 20/04 fizeram panfletagem em Belo Horizonte contra a Usina de Belo Monte e no dia 28/04, realizaram uma Marcha na Zona da Mara mineira, saindo do Acampamento Dom Luciano e indo até à Casa de Força da Novelis, uma empresa transnacional do setor elétrido e de alumínio, com sede na Índia, que construiu a barragem de Fumaça.
Após uma caminhada de quase 6km, os mais de 300 marchantes fizeram uma “visita” à Casa de Força da hidrelétrica dando gritos de ordem e mostrando muita indignação e revolta. Das diversas categorias atingidas pelas barragens, entre elas proprietários, meeiros, garimpeiros, diaristas, artesãos, a maioria foi vítima de negociação forçada e foi mal indenizada; muitos, após quase dez anos de funcionamento da barragem, ainda não receberam nada. Dos mais de 400 diaristas prejudicados, quase a metade recebeu apenas R$ 238,00 de indenização.
O impacto cultural da barragem também foi muito grande. Em torno de 200 artesãos de pedra sabão – atividade histórica na região, que ofereceu matéria prima para o grande escultor de renome internacional, o Mestre Aleijadinho – estão hoje com dificuldade de fazer seus artesanados, pois deversas pedreiras ficam debaixo da água ou em áreas de preservação.
O Acampamento Dom Luciano, localizado no Município de Diogo de Vasconcelos, perto da histórica cidade de Mariana, continuará por tempo indeterminado e as famílias prometem muita mobilização e luta, pois já foram cadastradas pelo INCRA mas acham que a promessa de Lula em julho do ano passado, de pagar a dívidas com as famílias prejudicadas por barragens, está demorando muito a sair do papel. Não darão folga também à transnacional Novelis, pois se consideram lesados pela empresa e não aceitam mais ficar no prejuízo.