Posicionamento do MAB sobre o cancelamento do leilão de Belo Monte
O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) considera que a suspensão do leilão – através de uma liminar do Ministério Público Federal – que iria selecionar o consórcio construtor da […]
Publicado 15/04/2010
O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) considera que a suspensão do leilão – através de uma liminar do Ministério Público Federal – que iria selecionar o consórcio construtor da usina de Belo Monte, é uma vitória. E é fruto de uma histórica luta dos atingidos por barragens, indígenas e ribeirinhos, iniciada há mais de vinte anos, desde que o projeto foi lançado pelo governo da ditadura militar.
Esta luta histórica culminou em um grande ato, na última segunda-feira (12/4), em Brasília, que contou com mais de mil pessoas organizadas em movimentos sociais e entidades além de personalidades internacionais como o cineasta James Cameron – que lutam contra a apropriação dos bens naturais da Amazônia por grandes grupos econômicos nacionais e internacionais.
Apesar do clima de vitória, sabemos que essa liminar pode ser derrubada a qualquer momento e que a Advocacia Geral da União já está trabalhando para isso. Para as grandes empresas interessadas, o cancelamento da obra significaria a perda de uma oportunidade de alcançar uma enorme taxa de lucro com a venda da energia gerada por Belo Monte. Significaria também deixar de explorar os bens naturais da Amazônia, bens estes que já estão alcançando o esgotamento nos países ricos e desenvolvidos.
Portanto, sabendo que as empresas não vão desistir facilmente deste mega-empreendimento, devemos continuar alertas e mobilizados contra a construção de Belo Monte e em defesa da Amazônia.
Continuaremos na organização popular e na luta por uma nação soberana, onde a água e a energia estejam sob controle e à serviço do povo. Neste sentido, manteremos nossa pauta de lutas pelo cancelamento definitivo da Licença Prévia e do leilão de Belo Monte.
Água e energia não são mercadorias!