Em GO, movimentos sociais protetam contra a privatização da CELG

No início da manhã desta quarta-feira (3), em Goiânia, cerca de 1000 manifestantes organizados no MAB, MST, MTST e centrais sindicais protestaram contra a privatização da Companhia Energética de Goiás […]

No início da manhã desta quarta-feira (3), em Goiânia, cerca de 1000 manifestantes organizados no MAB, MST, MTST e centrais sindicais protestaram contra a privatização da Companhia Energética de Goiás (CELG), em frente a Acieg, local onde ocorre uma audiência pública que debate o tema.

A audiência, que teria que ser aberta ao público, passou por um processo de triagem realizada pela Polícia Militar de Goiás e a Força Nacional que reduziu o número de pessoas que participaram da reunião. Muitos representantes das entidades sindicais e movimentos sociais tiveram que ficar do lado de fora do prédio e se somaram ao protesto que bloqueou a Avenida 85 da cidade.

Estavam presentes na reunião representantes do Ministério de Minas e Energia, o presidente da CELG e representantes do Governo do Estado de Góias, além da reduzida comissão de manifestantes que entraram na reunião.

A audiência pública encaminhou que no próximo dia 27 de fevereiro ocorrerá uma pré-audiência onde o objetivo principal é o agendamento do leilão da CELG para o dia 30 de março.

Os movimentos sociais e centrais sindicais presentes afirmaram que se organizarão para impedir que essa reunião do dia  27 ocorra, para que assim a data do leilão não seja agendada.

“A privatização será um desastre. Uma empresa pública que passa a ser de um capital privado não dá ao consumidor o direito de reclamar do serviço prestado. Pagaremos muito mais caro pela energia e ainda ficaremos sem o direito de reclamar”, explica o coordenador do MAB Agenor Costa da Silva.

Saiba mais

A Celg distribuidora foi inserida no Plano Nacional de Desestatização em maio de 2015. Nessa manobra, o maior beneficiário será o governo de Goiás, liderado por Marconi Perillo (PSDB), uma vez que 49% do dinheiro da privatização irá para o governo do estado. Com 99% das ações da empresa em 2012, o governo goiano tinha uma dívida de R$6,4 bilhões com o governo federal (R$2,4 bilhões com a Eletrobrás). A tática de Perillo foi jogar a conta para o governo federal passando 51% das ações para a Eletrobras. “Esta é mais uma das contradições. Além de romper com promessas históricas contra a privatização, o governo federal irá beneficiar um dos setores mais retrógrados, conservadores e mercantilistas do país. Não permitiremos a entrega patrimônio público”, afirmou o diretor da Fisenge Gunter Angelkorte. O governo afirmou que além da Celg, também irá privatizar outras distribuidoras nos estados de Alagoas, Piauí, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima.

*com informações da Fisenge

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro