Mulheres fortalecem resistência ao complexo Tapajós
Aconteceu nos dias 11 e 12 de dezembro o Encontro das Mulheres Atingidas por Barragens na região do Tapajós. A atividade aconteceu na comunidade Campo Verde (Km 30) e reuniu […]
Publicado 14/12/2014
Aconteceu nos dias 11 e 12 de dezembro o Encontro das Mulheres Atingidas por Barragens na região do Tapajós. A atividade aconteceu na comunidade Campo Verde (Km 30) e reuniu mulheres de várias comunidades rurais e urbanas, como Baixão Bonito, Açaituba e Nova Miritituba.
Na atividade, as mulheres discutiram sobre as violações de direitos provocadas pela construção de barragens. A região está na lista de prioridades do setor elétrico, com a construção do Complexo Tapajós. A barragem de São Luís, que seria a primeira de uma série de cinco, está prevista para ser leiloada em 2015. Além disso, a região é afetada pela construção de portos para escoamento da soja e sofre com o descaso histórico do poder público.
Para expressar essa situação, as mulheres utilizaram a técnica da arpillera, um tipo de bordado sobre juta, de origem chilena, que foi utilizado pelas mulheres daquele país para retratar as violências sofridas no período da ditadura de Pinochet. Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Brasil inteiro estão utilizando a mesma técnica para retratar as violações de direitos das mulheres atingidas.
Os problemas mais retratados nas arpilleras pelas mulheres foram a destruição das comunidades, com a migração forçada para a cidade, a violência contra as mulheres, a falta de energia elétrica e o alto preço da tarifa.
Percebemos nesse encontro que as mulheres são as que mais sofrem com os projetos de barragens e saímos animadas para fazer mais encontros como esse nas nossas comunidades, para envolver mais mulheres na discussão e dessa forma ficarmos mais fortes para resistir aos impactos do Complexo Tapajós, disse Jonilda, uma das participantes e moradora da ocupação urbana Nova Miritituba, impactada pela construção dos portos do agronegócio.