Mais de três mil camponeses ocupam o pátio do MDA em Brasília
do MCP Desde as 5 horas da manhã de hoje (11), mais de três mil camponesas e camponeses, organizados no Movimento Camponês Popular, montaram acampamento no pátio do Ministério do […]
Publicado 11/03/2014
do MCP
Desde as 5 horas da manhã de hoje (11), mais de três mil camponesas e camponeses, organizados no Movimento Camponês Popular, montaram acampamento no pátio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em Brasília. A atividade integra a Jornada de Luta em Defesa da Produção de Alimentos Saudáveis e pelos Direitos das Mulheres Camponesas, realizada hoje (11) e amanhã (12), e conta com uma série de marchas, ocupações e audiências, motivadas pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres. A data é marcada por mobilizações das organizações do campo e da cidade como forma de ecoar as vozes, de tantas mulheres lutadoras, nas praças, ruas e avenidas.
Camponesas e camponeses mobilizam-se, pois o Brasil está cada vez mais dependente da importação de alimentos básicos, enquanto exporta soja e outras commodities. Ano após ano, o País produz menos arroz, feijão, trigo e outros alimentos básicos. As terras brasileiras não servem ao povo brasileiro, não produzem os alimentos do povo brasileiro. Isso porque o governo está atrelado ao agronegócio, deixando as famílias camponesas sem condições de permanecer na terra e produzir alimentos saudáveis. Em contrapartida, o governo permite chegar à mesa das famílias brasileiras alimentos transgênicos e contaminados por agrotóxicos.
O Plano Safra 2013/2014 repassou para a agricultura camponesa apenas 20% do valor destinado ao agronegócio. E mesmo assim, as famílias camponesas não conseguem acessar os recursos, devido à burocracia, falta de assistência técnica e falta de vontade dos bancos em operacionalizar com os pequenos. Reflexo desse descaso é que as políticas públicas no campo estão paradas. Os programas que têm feito diferença na vida das famílias camponesas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), estão sem recursos desde dezembro de 2013.
Diante dessa situação, as camponesas e os camponeses intensificam a luta pela construção da soberania alimentar, produção de comida limpa, preservação da agrobiodiversidade e respeito à identidade dos povos. A luta do MCP é contra a violência cometida contras as mulheres, bem como para garantir que as famílias camponesas tenham condições de permanecer no campo e produzir alimentos saudáveis para o povo brasileiro.