Camponeses ocupam Ministério da Agricultura em jornada de lutas
Movimentos sociais do campo, entre eles os movimentos que integram a Via Campesina (MAB, MST, MPA, MMC, MPP), a Contag e Fetraf, e a Federação Unica dos Petroleiros ocuparam o […]
Publicado 16/10/2013
Movimentos sociais do campo, entre eles os movimentos que integram a Via Campesina (MAB, MST, MPA, MMC, MPP), a Contag e Fetraf, e a Federação Unica dos Petroleiros ocuparam o Ministério da Agricultura em Brasília na manhã desta quarta feira (16), em Brasília. O objetivo da mobilização é reivindicar que o governo promova desapropriação de terras para a Reforma Agrária, institua uma política econômica de crédito para os camponeses e encontre uma solução definitiva das dívidas.
De acordo Alexandre Conceição, da Coordenação Nacional do MST, a jornada unitária, que faz parte das ações conjuntas dos movimentos para se enfrentar o agronegócio, é uma forma de pressionar o governo para que desenvolva políticas publicas agrárias para o campo.
O governo Dilma abandonou a Reforma Agrária. Enquanto o agronegócio avança sem limites de regras democráticas na agricultura brasileira, o campesinato sofre com a falta de desapropriação de terras, com o endividamento crônico e a ausência de uma política econômica de crédito, afirma.
Com a ocupação do Ministério da Agricultura, os movimentos sociais conseguiram uma audiência para esta manhã com o Ministro da Agricultura, Pepe Vargas, e com o Ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Hoje no Brasil, cerca de 800 mil famílias camponesas estão atoladas no endividamento crônico. O governo não apresentou nenhuma medida efetiva para solucionar a questão.
Para o secretário de políticas agrárias da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Zenildo Pereira, a unidade camponesa se faz necessárias para intensificar o processo de luta e resistência ao avanço do agronegócio no campo.
Essa ação conjunta pauta a Reforma Agrária e nosso posicionamento contra o agronegócio que avança de maneira feroz sobre o campesinato brasileiro, somos contra o grande projeto de desnacionalização que diariamente põe em risco a soberania do povo brasileiro salienta.
Os povos ribeirinhos também tem sofrido com essa ofensiva do capital, constantemente seus territórios vem sendo ameaçado por suas diversas formas de atuação. Para Marizélia Carlos, do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP), a defesa da soberania alimentar está ligada a defesa dos nossos territórios, pois é lá que produzimos alimentos saudáveis. O ministério da Pesca está com um projeto de aquicultura em grande escala que visa a privatização das águas públicas e põe em risco a população ribeirinha que tem a pesca artesanal como modo de vida, denuncia.
Jornada Unitária de Lutas por Soberania Alimentar
No último período, as lutas e mobilizações dos movimentos sociais do campo tem ocorrido de forma unificada para pressionar o Estado brasileiro em uma maior dimensão.
O intuito é afirmar a luta dos povos campesinos brasileiros pelo direito à terra e dar continuidade ao processo de unidade dos respectivos movimentos. Nesse sentido é que desde esta terça feira, 15, em diversos estados vem sendo realizadas várias ações e exige que o governo deixe de ser refém do modelo do agronegócio e faça Reforma Agrária no Brasil.