MAB inaugura unidade de produção agroecológica no Paraná
Cerca de 200 pessoas participaram na sexta-feira (24) do ato de inauguração de uma unidade de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), uma placa de aquecimento solar e uma cisterna. […]
Publicado 27/08/2012
Cerca de 200 pessoas participaram na sexta-feira (24) do ato de inauguração de uma unidade de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), uma placa de aquecimento solar e uma cisterna. Esta é mais uma conquista do MAB, fruto de muitas lutas e da organização popular. A atividade ocorreu no reassentamento Santa Inês, em Chopinzinho, no Paraná.
As tecnologias foram instaladas na propriedade dos agricultores Neusa e Hélio Mecca, atingidos pela hidrelétrica de Itá, e que foram reassentados na comunidade de Santa Inês.
Para Hélio Mecca, militante do MAB, esse projeto vai trazer benefício aos atingidos por barragens. Vai ajudar muito os agricultores porque além deles produzirem alimentos saudáveis, sem veneno, poderão aumentar a renda familiar, afirmou, e para o Movimento, é uma forma de fortalecer sua organização, concluiu.
As atividades são parte da implementação de 200 unidades do PAIS nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Ceará. Desde o dia 20 de agosto diversos militantes do MAB estavam em um curso de capacitação para a implementação das tecnologias sociais que foram inauguradas ontem. 23 técnicos estão recebendo o treinamento a fim de implementação e incentivo à produção de alimentos saudáveis, sem agrotóxicos. O projeto é em parceria com a Fundação Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O MAB sempre fez uma crítica ao atual modelo de agricultura do País, bem como do atual modelo de sociedade que transforma tudo em mercadoria, inclusive a água e a energia. A partir disso surge esse projeto. Na bacia do rio Uruguai estão construídas 7 grandes hidrelétricas e 60% delas foram financiadas pelo BNDES. Fruto disso, o MAB propôs ao BNDES essa iniciativa que ajuda na reestruturação das comunidades que foram atingidas pelas hidrelétricas. E se mostrou que esse projeto esta dando certo. Já estão implementados 113 no Rio Grande do Sul, e as famílias, além de produzirem alimentos sem agrotóxicos, possuem mais uma fonte de renda.
Edson Magnari, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina, diz: O mundo da mercadoria esta levando nossa agricultura a ser apenas um grande negócio. E o PAIS veio contrapor esse modelo, que é da pequena agricultura, produzir comida com diversidade e sem venenos. A Via Campesina constrói a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos.
Para o gerente do Banco do Brasil de Chopinzinho, que participou do ato, Alvaro Leonel Rodrigues da Rosa, esse projeto incentiva os agricultores a permanecer na lavoura. Rosa parabenizou o MAB pela iniciativa e afirmou que no município são investidos cerca de 22 milhões para a agricultura familiar e que grandes partes desses recursos são em linhas de créditos.
A deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luciana Rafein, também parabenizou o MAB. Essa é uma bela iniciativa é o começo de uma transformação, será um exemplo para no nosso município e Estado, falou a deputada.
“O trabalho feito pela mídia nos induz a consumirmos alimentos que não fazem bem a nossa saúde. O projeto PAIS, é uma alternativa que preserva os recursos naturais, além de produzir alimentos sem agrotóxicos, disse o prefeito de Chopinzinho Vanderlei Crestani.