Com reajuste, estado que detém as duas maiores hidrelétricas brasileiras, passará a cobrar a energia mais cara do país
Publicado 19/07/2023 - Atualizado 19/07/2023
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou que a Equatorial Energia aumente a conta de energia elétrica dos paraenses em 18,32%. Com o ajuste, o Pará terá a energia mais cara do Brasil. O novo preço entra em vigor no dia 7 de agosto.
A Equatorial Energia atende cerca de 2,9 milhões de unidades consumidoras dos 144 municípios do Pará. Em 2022, a distribuidora já havia aumentado a conta dos consumidores em 15%. Enquanto isso, a receita de venda de bens e serviços da empresa ficou em R$ 8,5 bilhões e o lucro líquido em R$ 1,5 bilhão. “Isso significa que, enquanto os paraenses sofrem para pagar a conta de energia mais cara, os acionistas da empresa gozam dos lucros cada vez mais exorbitantes”, afirma Jackson Dias, integrante da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB.
O dirigente ainda reforça que o estado é o maior produtor de energia elétrica do Brasil, considerando-se que grande parte da energia produzida no Paraná pertence à Binacional Itaipu (controlada de forma conjunta pelo Brasil e Uruguai). Em 2022, o Pará gerou 70.000 Gwh, o suficiente para abastecer cinco vezes a população do estado. No entanto, a Hidrelétrica de Belo Monte fornece energia para outras unidades federativas, além de abastecer, via subsídios, empresas eletrointensivas que causam grande degradação socioambiental, como as mineradoras Vale e Hydro Alunorte.