Prostituição nas barragens
Documento
Metadados
Título da Arpillera
Prostituição nas barragens
Descrição
O aumento da prostituição está presente em todas as construções de barragens da região norte do país. Esta arpillera mostra como, mesmo antes da chegada da maioria dos trabalhadores, aparecem inúmeras casas de prostituição. Segundo o relatório da Plataforma DHESCA (2011), na barragem de Jirau (RO) existia um “cartão fidelidade” no qual a construtora creditava mensalmente valores de até R$ 600,00, fora da folha de pagamento, para “empregados que não faltam, não adoecem, não tiram férias e não visitam a família”. Este cartão era largamente aceito nos prostíbulos da região. A violência contra as mulheres se agrava e se torna cotidiana: ocorrência de estupros de mulheres são fatos constantes nas comunidades e municípios do entorno. Porém os serviços relacionados à proteção da mulher não funcionam ou sequer existem. As delegacias da mulher não funcionam 24 horas e geralmente são em municípios distantes.
Regiões
Eixo - Tema
Data
agosto 27, 2014
Autoras
Coletivo Nacional de Mulheres do MAB
Cartinha
"Esta arpillera mostra a realidade de muitas mulheres nas obras de barragens no Brasil, especificamente na barragem de Campos Novos em Santa Catarina, construída no ano de 2006 e nas barragens de Santo Antônio e Jirau, no estado de Rondônia e na barragem de Belo Monte, no estado do Pará, ambas construídas entre os anos de 2010 e 2014. Da região sul à região norte do país, o aumento da prostituição é presente em todas as construções de barragens e explicita a violência e exploração sobre as mulheres no sistema capitalista e patriarcal.
Quando sai a licitação da barragem muitas coisas começam a mudar na região antes mesmo da construção, da instalação dos campos de obra. Mesmo antes da chegada da maioria dos trabalhadores, inúmeras casas de prostituição aparecem na região. As empresas construtoras, para não arcar com o custo de trazer as famílias dos operários que em sua maioria são de outros estados, fornecem cartões com créditos que podem ser usados nas casas de prostituição.
Além da prostituição, muitas moças da região, iludidas com o sonho de conhecer um marido que trabalha na usina, que possibilite uma vida melhor, acabam engravidando de homens que vêm de outros estados para trabalhar e não podem trazer sua família e acabam se envolvendo momentaneamente com as mulheres que moram nas comunidades próximas à barragem. Assim, muitas são abandonadas com filhos e sem assistência.
A prostituição também traz transtornos e conflitos nas famílias que vivem nas comunidades, pois as esposas são traídas ou tem que aceitar que o marido… Tudo isso envolve a violência direta contra as mulheres, a ocorrência de estupros de mulheres e meninas, a exploração sexual, as doenças sexualmente transmissíveis e o assassinato de mulheres são fatos constantes nas comunidades e municípios do entorno. Muitos serviços surgem relacionados à exploração sexual. Em Belo Monte, região com muitas terras e povos indígenas, há o transporte por barco de funcionários da empresa construtora da barragem para áreas indígenas para que estes possam violentar sexualmente as mulheres indígenas.
Porém os serviços relacionados à proteção da mulher não funcionam ou sequer existem. A delegacia da mulher não funciona 24 horas e geralmente são em municípios distantes."
Fotógrafo/a
Vinicius Denadai
Localização
Secretaria Nacional do MAB (Endereço: Avenida Thomas Edison, 301, Barra Funda, São Paulo/SP | Fone: 11 3392 2660)
Dimensões
49x57cm
Bloco
Bordando os Direitos
Anexos
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