Atingidos do Aurizona permanecerem por mais de 36 horas em protesto contra mineradora Equinox Gold e sofrem ameaças

Barragem da empresa rompeu há dois meses na maior reserva de ouro do país, em Godofredo Viana (MA), contaminou o Rio Tromaí com rejeitos de minério e deixou a população do distrito de Aurizona sem acesso à água potável. Atingidos permaneceram em protesto para exigir o cumprimento de medidas de reparação.

Em protesto contra a mineradora Equinox Gold, em Godofredo Viana (MA), iniciado no dia 27 de maio, os atingidos pelo rompimento de uma barragem no distrito de Aurizona exigem que a empresa cumpra as reivindicações apresentadas em documentos oficiais à mineradora.

Entre as demandas urgentes está o reestabelecimento da água de forma permanente nas torneiras das casas e nas caixas coletivas, além da disponibilização de água mineral para a população enquanto isso não acontece. A ruptura de barreira na mina de ouro da empresa devastou rio Tromaí e deixou centenas de famílias sem água.

 No decorrer do primeiro dia de luta, a empresa ameaçou encerrar as negociações com os atingidos caso não paralisassem as atividades e enviou uma carta deslegitimando a luta dos manifestantes.

 Como a mineradora segue agindo de forma ineficaz para resolver o problema da falta de água, há mais de dois meses os atingidos pedem que sejam perfurados poços artesianos e que haja urgência na construção de novos reservatórios de água através de uma Estação de Tratamento.

Como resposta a essas demandas, a mineradora anunciou que a previsão para reestabelecimento da água é para o início do mês de agosto, seis meses após o rompimento da barragem que deixou a população sem acesso a esse recurso essencial.  

Para os atingidos, as propostas apresentadas pela empresa são insuficientes e os prazos são inaceitáveis, porque a água é um direito básico e a comunidade precisa do restabelecimento do sistema de fornecimento de água de qualidade de forma permanente imediatamente.

Em decorrência da resposta negativa por parte da empresa, os atingidos permanecem em mobilização há aproximadamente 36 horas. Os protestos foram iniciados na estrada principal que dá acesso à Aurizona, próximo à comunidade Barão de Pirocaua. Posteriormente, os atingidos resolveram bloquear mais um ponto de acesso à área da mineradora, pois a empresa está usando outras rotas para que os seus funcionários cheguem às minas onde atuam.

Em uma carta oficial, a Equinox Gold manifesta a intenção de intimidar a população que hoje luta pela reparação de direitos básicos violados em decorrência da mineração naquela região. O Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) reforça que é inadmissível qualquer forma de intimidação e perseguição à população que se manifesta para garantir seu direito à água limpa e potável.

Para o MAB, é de fundamental importância que a luta em torno da garantia dos direitos dos atingidos continue de forma firme e que a empresa atenda a pauta dos moradores que há anos sofre com as violações de direitos decorrentes da mineração no distrito de Aurizona.

Águas para vida, não para morte!!!

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