Milhões nas ruas: em mais de 180 cidades, brasileiros dizem não aos cortes na educação

Estiveram nas ruas estudantes, trabalhadores da educação, movimentos sindical e popular para barrar a precarização das universidades públicas promovida por Bolsonaro Giorgia Prates – Curitiba  Nesta quarta-feira (15), milhões de […]

Estiveram nas ruas estudantes, trabalhadores da educação, movimentos sindical e popular para barrar a precarização das universidades públicas promovida por Bolsonaro

Giorgia Prates – Curitiba 

Nesta quarta-feira (15), milhões de brasileiros estiveram nas ruas de todo o país em protesto contra as atuais medidas do Ministério da Educação, do governo Bolsonaro – que anunciou cortes de verbas no setor, em especial para as universidades públicas.

Os números impressionaram: todas as capitais e o Distrito Federal realizaram atos, além de pelo menos 184 cidades de médio e pequeno porte em todos os estados do país, de acordo com mapeamento de veículos da mídia. O Movimento dos Atingidos por Barragens esteve nas ruas em todos os locais onde atua ao lado dos estudantes, trabalhadores da educação e dos movimentos sindical e popular.

Midia Ninja – São Paulo

A polêmica surgiu a partir de uma fala do, então recém empossado, ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmando que nas universidades públicas brasileiras, ao invés de desenvolvimento científico, há na verdade o que ele chamou de “balbúrdia”, citando três pólos: Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal Fluminense (UFF). Nas primeira declarações, haveria corte de verbas apenas nessas unidades, porém, logo, o anúncio foi ampliado para todas as universidades federais. O comunicado do ministério trazia a informação de que seria “em 30% de forma isonômica para todas as universidades”.

Pedro Rocha – Rio de Janeiro

O corte atinge as verbas discricionárias, utilizadas para pagamento de despesas de funcionamento, serviços terceirizados, restaurantes universitários, água, energia, internet, entre outras.

Como o MEC não tem autonomia para realizar cortes sobre o orçamento total da pasta, as universidades perderam 30% dos quase R$ 7 bilhões previstos para esse tipo de despesas. No entanto, neste bojo, está justamente o dinheiro destinado à Capes, que é a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que coordena o programa de pós-graduação, incentivando a pesquisa no país. A Capes anunciou que já teve que bloquear 4.798 bolsas de pesquisa.

 

Manoel Carvalho – Belo Horizonte

Durante a tarde, em visita a Dallas, nos Estados Unidos, Bolsonaro chamou os manifestantes de “idiotas úteis” afirmando que os estudantes são, na verdade, “massa de manobra”. A declaração foi ironizada em mensagens nos atos que ocorreram na parte da noite e tratadas como falta de habilidade e desrespeito em comentários de analistas políticos.

“Ao chamar o educador de um ‘idiota útil’, o presidente mostra o quanto ele desrespeita a profissão que é responsável por formar os demais profissionais e não tem noção do papel desta categoria na formação dos brasileiros”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo.

Giorgia Prates – Curitiba

Soniamara Maranho, da coordenação do MAB, destaca que o governo Bolsonaro está retirando direitos historicamente conquistados. A militante afirma: “estamos em defesa da educação, também contra o desmonte da previdência e em defesa da soberania do povo brasileiro, avaliamos que essa foi uma das lutas que mais mobilizou no último período, pode ser um chamativo para a sociedade brasileira discutir que país nós queremos”.

 

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