Sementes da Resistência: MAB-MT realiza segunda Escola de Formação de militantes

Entre os dias 11 e 13 de maio, o Movimento dos Atingidos por Barragens no Mato Grosso (MAB-MT) realizou pela segunda vez as atividades de sua escola de formação. Cerca […]

Entre os dias 11 e 13 de maio, o Movimento dos Atingidos por Barragens no Mato Grosso (MAB-MT) realizou pela segunda vez as atividades de sua escola de formação. Cerca de 30 participantes ocuparam o Galpão das Flores, na comunidade Guadalupi, município de Alta Floresta (MT), para oficinas de bioconstrução, agrofloresta, dentre outras. A proposta reúne pessoas interessadas em conhecer o movimento e contribuir com a luta e as estratégias de resistência contra os grandes empreendimentos que impactam a região. A formação prevê além desta, mais duas etapas em 2018.


 

Com a presença de militantes e atingidos das regiões norte e nordeste do Mato Grosso, o primeiro dia, pela parte da manhã, contou com uma apresentação sobre o trabalho desenvolvido na localidade envolvendo técnicas de agrofloresta e outras formas de produção com a terra, seguida de análise da atual conjuntura política e o histórico do MAB. A tarde, os participantes foram mobilizados para oficinas de Comunicação e Agitação e Propaganda.

 Para a estudante de Farmácia da UFMT-Sinop, Tammy Otamura, de 21 anos, a experiência foi transformadora. “Eu me apaixonei por essa vivência, por toda essa experiência. As pessoas são muito abertas, dialogam, respondem todas as nossas dúvidas. Esse é o primeiro contato que eu estou tendo, e eu vou tentar passar esse ponto de vista para outras pessoas quando voltar à Sinop, porque as coisas estão acontecendo do nosso lado e não nos damos conta. Todo mundo é atingido, direta ou indiretamente”, avaliou Tammy.

 

 No segundo dia, uma conversa sobre o setor energético e o modelo proposto para a Amazônia pautou as atividades pela manhã. Relatos dos participantes indígenas do evento enriqueceram o debate por conta da relação que os mesmos têm com a terra e a forma como as barragens impactam seus territórios. As oficinas de bioconstrução e canteiro agroflorestal mobilizaram a turma pela parte da tarde. Para Renato Felito, essas duas formas de trabalho são também resistência. “Pensamos a agroecologia como um modelo de enfrentamento ao agronegócio. A escola tem esse pensamento multidisciplinar, de interagir com o que acontece dentro da região, trabalhando com o desenvolvimento dessa militância para agir dentro da sociedade”.

 O encerramento da primeira etapa da segunda Escola de Formação do MAB-MT, no domingo, 13, serviu para se fazer uma avaliação das atividades e o planejamento do tempo-comunidade antes do encontro para a segunda etapa. Os participantes deverão realizar atividades em suas localidades no sentido de fomentar discussões sobre os problemas das barragens. Também foi escolhido o nome para batizar esta turma de 2018: Sementes da Resistência. Um nome para impulsionar a militância e a busca por direitos em tempos tão adversos.

 

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