MAB participa de plenária estadual do Plano Plurianual em Minas Gerais

Durante evento, atingidos defenderam a inclusão de um fundo nacional para reparação das populações atingidas no orçamento do governo

Plenária do Plano Plurianual Participativo em Belo Horizonte (MG). Foto: Bruno Peres/ASCOM SG-PR

No último dia 12 de Julho, atingidos por barragens de diferentes regiões de Minas Gerais participaram da Plenária Estadual do Plano Plurianual Participativo (PPA), junto a mais de 500 militantes de diferentes movimentos populares, organizações e outros representantes da sociedade civil que apresentaram suas propostas para as mais diferentes áreas, como direitos humanos, habitação popular, agricultura familiar e direitos dos povos originários. 

O evento contou com a presença de deputados de Minas Gerais e representantes do governo federal, incluindo o chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

Durante o evento, os representantes do MAB destacaram a importância da proposta do Fundo Nacional de Amparo, Proteção e Desenvolvimento para os Atingidos, que já está cadastrada na plataforma do PPA. O objetivo do Fundo é garantir orçamento para ações de prevenção e reparação das violações e danos causados nos territórios atingidos pela construção, operação e rompimento de grandes obras (de represamento de água, mineração e produção de energia), a partir do envolvimento ativo da população na formulação das ações.

Atingidos participam de plenária do PPA, em Belo Horizonte (MG). Foto: MAB/MG

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MAB faz campanha por inclusão de fundo para atingidos por barragens no orçamento do governo federal


Para a coordenadora do MAB, Fernanda Portes, as leis que existem hoje sobre segurança de barragem, protegem as empresas e não a população atingida. Em sua fala, ela reforçou para os representantes do governo federal, Alexandre, Tebet e Márcio, que a criação do Fundo é fundamental para proteger populações em situação de vulnerabilidade e pobreza que têm tido suas condições de vidas precarizadas por conta da construção e operação de barragens, crimes ambientais, como os rompimentos e outros, e ainda a intensificação dos efeitos das mudanças climáticas em seus territórios.


“A proposta é garantir recursos para a implementação de projetos que possam proteger essas populações das violações de direitos e promover a redução da pobreza e o desenvolvimento humano, sem tirar a responsabilidade das empresas que cometem crimes e causam enormes danos à população atingida, como nos casos de Mariana e Brumadinho”, afirmou.

O Fundo asseguraria ainda a dotação orçamentaria, ou seja, previsão de recursos alocados no âmbito do Estado brasileiro, para tirar do papel a Política Nacional de Direitos das Populações, conhecida como PNAB. Na ocasião, os ministros presentes cumprimentaram a proposta do MAB.
Na plenária, os atingidos também criticaram a postura do governador Romeu Zema, que foi omisso em contribuir com a estrutura para receber, em Belo Horizonte, representantes do governo federal, de movimentos sociais, organizações e sociedade civil para a realização da Plenária.

A plenária faz parte das atividades do PPA, Plano Plurianual, que contém as diretrizes e planos estratégicos do governo federal para os próximos quatro anos.  Foto: MAB/MG

“Além disso, sua gestão irresponsável fortaleceu um um modelo predatório de mineração no estado, onde as mineradoras não são devidamente fiscalizadas e há o aceleramento de licenciamentos para projetos de exploração em territórios de preservação e comunidades tradicionais”, afirma Fernanda. A dirigente ainda reforça que o governador não dialoga com organizações da sociedade civil organizada e nem com atingidos, desrespeita e criminaliza os servidores públicos e privatiza o patrimônio do povo mineiro.

“Águas, energia, serras e matas não são mercadorias e devem contribuir com a soberania do povo brasileiro, com o desenvolvimento sustentável e humano e com a promoção da igualdade e justiça social”, conclui Fernanda.

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