Classe trabalhadora inicia marcha nacional contra juros do BC de Bolsonaro

Jornada teve primeiros atos realizados em São Bernardo do Campo (SP) e na capital paulista. Presente na manifestação, Gleisi Hoffmann lembrou que “o Banco Central tem sido o grande empecilho para retomar o crescimento da economia”

Trabalhadores participam no ABC do primeiro ato da jornada pela redução dos juros. Foto: Roberto Parizott

Começou na última sexta-feira (16) uma mobilização nacional contra os juros abusivos praticados pelo Banco Central de Bolsonaro. Trabalhadores e trabalhadoras saíram em marcha pelas ruas de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

Durante a manifestação, organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, criticou a gestão do BC e disse que os juros altos tem prejudicado a classe trabalhadora e transferido renda para os mais ricos.

“Essa manifestação que começa hoje é nacional e é uma jornada de luta da classe trabalhadora que vai até o dia 2 de julho. Nós vamos estar nas ruas do país pedindo para reduzir as taxas de juros do país, porque os juros altos são a forma mais cruel, mais perversa, de transferir renda daqueles que são pobres para aqueles que são ricos”, disse Nobre.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Lindbergh Farias (PT/RJ) também acompanharam a marcha de lançamento da campanha. Eles enfatizaram que a inflação está caindo, o valor dos combustíveis e o preço dos alimentos também, e que só falta o presidente do BC, o bolsonarista Campos Neto, baixar os juros para o Brasil crescer ainda mais.

Hoffmann destacou os avanços do país com o governo Lula, citou o primeiro reajuste da tabela do imposto de renda, o aumento real do salário mínimo e programas sociais que foram retomados pelo presidente como o Mais Médicos, o novo Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida.

O Banco Central, porém, sabota os resultados dessas ações, salientou Gleisi: “Se a taxa de juros continuar como está, não vamos ter investimento no país e, se não houver investimento, não vamos gerar emprego. Sem emprego, não tem renda, a economia fica ruim e a vida do povo piora. Por isso, essa luta. O Banco Central tem sido hoje o grande empecilho pra gente retomar o crescimento da economia.

Na sexta, também houve atos organizados por movimentos sociais como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Central de Movimentos Populares (CMP) e a União Nacional de Moradia Popular (UNMP) no centro da capital paulista, em frente ao Teatro Municipal e em bairros como São Miguel Paulista, Itaim Paulista e Perus.

Próximas ações

A jornada nacional é promovida pela CUT, centrais sindicais e movimentos populares como o MAB contra os juros altos e a política do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos, que foi escolhido por Bolsonaro e tem mandato até 2025 (assista à série O Banco Central de Bolsonaro).

Os protestos incluem caminhadas, panfletagem, assembleias com os trabalhadores e trabalhadoras, tuitaços, atos de rua, colagem de cartazes, plenárias e reuniões em todo o Brasil. A jornada tem o objetivo de exigir do BC a redução da taxa Selic, que faz o Brasil ter hoje a taxa de juros real mais alta do mundo (perto de 10%).

Na próxima terça-feira (20) e quarta-feira (21), quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne, serão realizadas manifestações em cidades onde há sedes do BC e atos de rua em outros lugares. Em são Paulo, o evento será às 10h, na Avenida Paulista n° 1.804, em frente ao prédio do BC.

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