Efeito Lula: inflação anual desaba para 3,94%, a menor em quase três anos

“Mais uma notícia boa e a gente esperando Campos Neto agir”, cobra Gleisi Hoffmann. “Homem de Bolsonaro e Paulo Guedes quer interditar o desenvolvimento do Brasil”

No acumulado em 12 meses, o IPCA ficou abaixo de 4% e derrubou junto as desculpas do Banco Central para manter os juros na estratosfera. Foto: Reprodução

Mês a mês, as medidas anticíclicas adotadas pelo governo Lula têm produzido resultados positivos na economia. Nesta quarta-feira (7), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio confirmou uma tendência de forte desaceleração, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice fechou em 0,23%, ante a 0,61% registrado em abril e, novamente, surpreendeu analistas do mercado, que projetavam uma inflação de 0,33%. No acumulado de 12 meses, o índice, de 3,93%, é o mais baixo desde outubro de 2020. 

Segundo o IBGE, a queda foi fortemente impactada pelo setor de Transportes, que apresentou queda de 17,73% nos preços das passagens aéreas, 5,96% no óleo diesel e de 1,93% na gasolina. 

Os alimentos também tiveram papel importante na desaceleração geral do IPCA. O índice do grupo Alimentos e Bebidas desabou de 0,71% em abril para 0,16%. “Trata-se do grupo com maior peso no índice, o que acaba influenciando bastante no resultado geral”, destacou o coordenador do levantamento, André Almeida. Entre as quedas, as frutas caíram 3,48%, o óleo de soja, 7,11%, e as carnes, 0,74%. 

Aumenta a pressão para o BC reduzir juros

Com uma inflação anual muito próxima do centro da meta (3,25%) e completamente dentro do teto (4,75%), analistas revisaram as projeções da inflação anual de 4,69% para 4,60%. Ao mesmo tempo, a expectativa de agentes do mercado é  que a inflação no acumulado de 12 meses deve cair para 3,5% em junho.

Logo após o anúncio, os juros futuros também apresentaram queda, com a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 operando em queda de 13,128% para 13,075%. 

Combinados, os dados tornam quase impossível para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, justificar a taxa de juros praticada pela instituição, hoje estacionados em 13,75% desde agosto de 2022.

“Mais uma notícia boa e a gente esperando Campos Neto agir”, cobrou a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, pelo Twitter. “Dá pra ver que a decisão sobre os juros é política. Homem de Bolsonaro e Paulo Guedes quer interditar o desenvolvimento do Brasil”, disparou.

IPCA confirma boas notícias na economia

A despeito do entrave ao desenvolvimento deliberadamente causado por Campos Neto, sobretudo no setor industrial, o IPCA de maio veio na esteira das boas notícias anunciadas na semana passada, conferindo novo fôlego à atividade produtiva. 

Como o IPCA, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), aferido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou deflação de 1,84% em maio. A queda foi mais forte do que a de abril, quando foi registrada deflação de 0,95%.

Não é só. No primeiro trimestre, o PIB registrou alta de 1,9%, surpreendendo analistas, que esperavam uma alta de 1,3% sobre o quarto trimestre de 2022. Com isso, até o Ministério da Fazenda refez projeções de crescimento do PIB em 2023, de 1,6% para 1,9%. Há apenas dois meses, o mercado falava em 0,8%. 

Na mesma linha, o desemprego ficou em 8,5% no trimestre sazonal encerrado em abril, a menor taxa desde abril de 2015. Só no mês de abril, o saldo de empregos formais foi 180 mil vagas criadas, comprovando um processo de queda da informalidade no país.

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