Feira do MST leva mais de 500 toneladas de alimentos saudáveis para centro de São Paulo

Quem visitar a 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, de 11 a 14 de maio, no parque Água Branca em SP terá acesso a 1.500 itens de produtos diversos, comercializados por mais de 1.200 feirantes

Ao final da Feira MST realiza ação solidária com doação de 25 toneladas de alimentos. Foto: Joka Madruga

Já saboreou ou conhece os produtos da Reforma Agrária produzidos pelos Sem Terra? Já foi a uma Feira Nacional do MST e voltou para casa com a sacola cheio de alimentos saudáveis e aquele gostinho de quero mais? Esse momento está chegando novamente para a população da capital paulista e da região metropolitana de São Paulo. De 11 a 14 de maio, o MST ocupa o centro da capital com a 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, no parque Água Branca.

A Feira irá oferecer à população 500 toneladas de alimentos de 24 estados, produzidos pelas famílias Sem Terra nas cinco regiões do país. A maior parte dos produtos cultivados de forma agroecológica ou estão em processos de transição para a agroecologia.

Quem visitar o espaço terá acesso a uma diversidade de 1.500 itens de produtos diferenciados, comercializados por mais de 1.200 feirantes. Além de trazer nos alimentos, produtos e debates uma perspectiva de cuidado com nossos biomas, preservando e regenerando o meio ambiente nos territórios da Reforma Agrária Popular.

Culinária da Terra vai oferecer 95 pratos ao publico que passar no evento. Foto: Joka Madruga



O evento também conta com a realização de seminários, conferências e ação solidária com doação de 25 toneladas de alimentos, ao final da feira. Contribuindo assim no combate à fome no país.

Diego Moreira do setor de produção do MST explica, que durante a Feira a população terá contato com várias cadeias produtivas, organizadas desde os assentamentos, cooperativas até o processo de comercialização dos produtos de Reforma Agrária

“Vamos perceber a presenças dos arrozes, em especial do nosso arroz orgânico, a diversidade dos feijões, que produzimos no Brasil todo. Também cadeias importantes, como o leite e derivados, os derivados da cana-de-açúcar, derivados de milho, os cafés, o cacau, a mandioca. Além dos in natura, produção de hortifrúti, a produção que no dia a dia vai pras feiras nos municípios, estados, vai pra alimentação escolar e pro mercado convencional”, ressalta Diego.

Mais de 200 artistas de todos os cantos do país se apresentam durante a Feira. Foto: Midia Ninja

Marcando também o início das comemorações rumo aos 40 anos do MST, a Feira sintetiza por meio dos alimentos saudáveis, o preparo de alimentos livres de veneno, da cultura popular Sem Terra, entre outros elementos, o processo histórico de luta e os avanços na defesa da Reforma Agrária.

“A Feira da Reforma Agrária tem o objetivo de dialogar com a sociedade o porque a Reforma Agrária é uma necessidade estrutural para o país, em contraponto ao modelo do agronegócio, que ao priorizar a produção de commodities para exportação com muito agrotóxicos, com desmatamento e queimadas é responsável pela crise ambiental que vivemos e não tem condições de resolver o problema da fome no país”, afirma Bárbara Loureiro do setor de produção do MST e da coordenação da 4ª Feira.

Além dos sabores, amoras e cores da terra repartida e da Reforma Agrária, mais de 200 artistas de todos os cantos do país irão se apresentar no evento, trazendo a importância da arte e da cultura popular como uma dimensão imprescindível dos trabalhadores/as Sem Terra. A Feira apresenta a riqueza da cultura popular brasileira também nos sabores e na diversidade gastronômica regional de todas as grandes regiões do país, que será servido nos pratos da Culinária da Terra, com 95 opções de pratos, produzidos em 30 cozinhas instaladas na Feira.

Também se apresentam no palco principal artistas como Zeca Baleiro, Alessandra Leão, Ivan Lobo, Jorge Aragão, Gaby Amarantos, Jhony Hooker, Escola de Samba Camisa Verde e Branco, Lenine, Larissa Luz, Liniker, Alzira Espíndola, Tulipa, Chico Cesar, entre outros e uma diversidade de grupos culturais. Confira na programação completa.

O evento também será um momento em que o MST busca mostrar à sociedade e aos governos como a realização desse espaço de comercialização e trocas só é possível devido às ocupações de terra improdutivas, uma das principais formas de luta e pressão do Movimento em quase 40 anos de existência.

“Queremos apresentar à sociedade o fruto das nossas ocupações, organização e luta do MST, que são os alimentos saudáveis. E dialogar sobre a necessidade da retomada de políticas públicas que possibilitem o acesso à alimentação saudável, à educação e a garantia de direitos no campo. A Feira Nacional é portanto, um importante símbolo político da nossa organização, que apresenta a materialidade que tem sido construída a partir da Reforma Agrária Popular nos nossos estados”, enfatiza Bárbara.

Além de várias personalidades já confirmadas, que irão participar de espaços de debates, diálogos e visitar a Feira, como os ministros Paulo Teixeira (MDA), Alexandre Padilha (SRI), Sônia Guajajara (MPI) e Wellington Dias (MDS); Silvio Almeida (DH), os governadores Elmano de Freitas (CE), Jerônimo Rodrigues (BA) e Fátima Bezerra (RN). Além dos comunicadores, Paulo Vieira, Gregório Duvivier, Chico Pinheiro e Giovanna Nader, representantes de movimentos populares do campo e da cidade, centrais sindicais, partidos políticos progressistas e entidades parcerias.

Confira a programação completa:

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