Teresina sedia Jornada de Luta das Mulheres do campo unitário do Piauí

Entre os dias 06 e 08 de março, aconteceram as atividades do Acampamento Feminista 8M, na capital Teresina (PI), com a presença de mulheres de 12 territórios do estado que integram diferentes movimentos e organizações do campo, das águas e das florestas, lutando contra todas as formas de exploração dos homens e do meio ambiente. A programação, que aconteceu na Casa dos Movimentos Sociais inaugurada no evento, incluiu atividades voltadas para o debate coletivo de pautas sobre o direito das mulheres, audiências, uma feira agroecológica e a marcha de luta 8M.   

As participantes levaram para o acampamento toneladas de alimentos da agricultura familiar para I Feira Feminista da Soberania Alimentar e Economia Solidaria. Entre os produtos havia macaxeira, feijão, pequi, banana, melancia, cheiro verde, alface, polpa de frutas, rapadura, doces de caju, buriti, acerola, maracujá, azeite do coco babaçu e cajuína – tudo produzido pelas próprias mulheres em suas comunidades. Além disso, elas também expuseram peças artesanais criadas a partir do trançado de palha, do crochê e de materiais reciclados, demonstrando o potencial criativo dos grupos presentes.

O evento contou com a participação da secretária de agricultura familiar, Rejane Tavares, da secretária de Relações Sociais, Núbia Lopes, do secretário da Defesa Agropecuária, Fábio Abreu, da Superintendente de Igualdade Racial e Povos Originários, Maria Assunção, da primeira dama do estado, Isabel Fonteles, da secretária de Mulheres, Zenaide Lustosa, e ainda da ex-governadora e atual secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Regina Sousa, responsável pela assinatura do termo de cessão da Casa. Além disso, participaram do evento outros representantes das secretarias do estado, que ressaltaram a importância de políticas públicas e incentivos voltados para as mulheres produtoras rurais. 

O primeiro dia da jornada contou com uma solenidade de inauguração da Casa dos Movimentos Sociais, no bairro Primavera, espaço conquistado pelas organizações que compõem o campo unitário do Piauí, em parceria com o governo do estado. O espaço vai sediar o funcionamento administrativo de organizações da sociedade civil do estado, além servir de base para produtores das feiras da agricultura familiar e sediar encontros, capacitações e outros eventos das organizações.  Na ocasião, houve apresentação de grupos culturais como o Boi de Mangangá, as Encantadeiras, o Grupo Leseira, a Trupe de Mulheres Esperança Garcia.

Audiência com o governador

Durante o dia sete, houve um debate de análise de conjuntura política. Na sequência as mulheres participaram de uma audiência com o Governador do Estado, Rafael Fonteles (PT), e com secretários do estado para apresentar a pauta das mulheres. Entre elas estavam demandas para o enfrentamento à violência contra as mulheres e ao feminicídio no estado do Piauí, garantias de direitos e ações voltadas para saúde, assistência social, educação, agricultura familiar, além da luta pela regularização de terras em territórios de comunidades indígenas e quilombolas.

Durante o Acampamento, houve também a Ciranda, programa voltado pras crianças com atividades lúdicas e pedagógicas pautadas pelos princípios da educação popular, em que se prima pela formação política dos pequenos desde a infância. A ciranda é também uma importante ferramenta para a garantia a participação das mulheres nos encontros, tendo em vista que o cuidado com as crianças culturalmente recai sobre as mulheres. Isso geralmente impede a participação delas em espaços políticos. 

Ato na Equatorial Energia

Finalizando a grande jornada das mulheres,, no dia 08, aconteceu um ato de na empresa Equatorial Energia em que as atingidas denunciaram a péssima prestação de serviço e alto do custo da luz em todo o estado do Piauí. Durante a ação, houve uma repressão truculenta por parte do segurança da empresa contra as mulheres que foram recebidas com tiros pra cima, mas seguiram em marcha pelo centro da capital com gritos de ordem.