Ao todo, 47 barragens estão embargadas por falta de segurança e oferecem riscos ainda maiores aos atingidos durante a temporada de chuvas no país
Publicado 28/11/2022 - Atualizado 28/11/2022
Levantamento inédito feito pela Deutsche Welle feita a partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB) mostrou que quase 1 milhão de pessoas vivem perto de barragens potencialmente perigosas no Brasil.
Os dados das barragens foram extraídos em fevereiro de 2022 e cruzados com uma grade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em levantamentos do censo de 2010. O número se refere às pessoas que vivem a menos de um quilômetro de uma das 1.220 barragens do país classificadas como de alto risco e alto potencial de dano.
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A maior parte das barragens encontram-se na região Nordeste e Sudeste do Brasil. Em setembro deste ano, o Brasil teve 47 barragens embargadas por falta de segurança. Os dados da Agência Nacional de Mineração – ANM mostram que esse número representa um crescimento em relação ao mês de fevereiro, quando 42 estruturas foram interditadas por falta de declaração de estabilidade. Entre essas barragens, quatro estão no nível máximo de emergência, o que consiste em “rompimento iminente”.
O estado de alerta dos atingidos por barragens é justificável, já que as condições de segurança dessas estruturas deveriam ser periodicamente revisadas e fiscalizadas levando-se em consideração eventuais alterações pelo envelhecimento e deterioração das obras, ou de outros fatores. De acordo com o último Relatório de Segurança das Barragens do Brasil, divulgado em 2020, entretanto, há poucas informações fornecidas pelos empreendedores responsáveis sobre a segurança das 21.953 barragens cadastradas no país.
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De acordo com os boletins do Instituto Nacional de Meteorologia, as chuvas se intensificarão em diversos pontos do Brasil a partir do final de novembro e tempestades irão alcançar cidades no Brasil todo. Diante do risco de rompimento de barragens, falta de informações e ações de controle e fiscalização, essa intensificação das chuvas no Brasil, causadas pelas mudanças climáticas, podem ainda nesse verão 2022/2023 gerar novas tragédias, se medidas emergenciais não forem adotadas pelos governos do estado e o governo federal.
*Com informações DW Brasil.