Estatal antecipará o pagamento de R$ 43,7 bilhões em dividendos para cobrir o rombo com a campanha. “Irresponsabilidade com a empresa e com o país”, critica Gleisi Hoffmann
Publicado 08/11/2022 - Atualizado 09/11/2022
“Da mesma forma que prometeu ao eleitorado mundos e fundos sem previsão no Orçamento de 2023, o desgoverno Bolsonaro tenta agora, no apagar das luzes, o último saque aos cofres da Petrobrás para cobrir o rombo com as medidas eleitoreiras”.
A gestão bolsonarista da estatal decidiu nesta quinta-feira (3) antecipar o pagamento de R$ 43,7 bilhões em dividendos aos acionistas. A medida já é contestada na Justiça.
Os R$ 43,7 bilhões devem ser distribuídos em dezembro e janeiro, como uma antecipação do resultado do terceiro trimestre do ano fiscal de 2022 – R$ 22 bilhões devem ir para o Tesouro Nacional. O lucro líquido no período foi de R$ 46,096 bilhões.
A antecipação só passará pelo crivo da Assembleia Geral Ordinária (AGO) de acionistas em abril de 2023. Em 2022, a antecipação de distribuição de dividendos já atinge R$ 179,98 bilhões, quase o dobro dos R$ 101 bilhões distribuídos em 2021.
Alguns integrantes do Conselho de Administração (CA) da Petrobrás foram contra essa antecipação, apontada como uma tentativa de cobrir os gastos com a campanha pela reeleição de Jair Bolsonaro. Para a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, a sangria “é uma irresponsabilidade com a empresa e com o país”. “É a farra do Paulo Guedes, para cobrir os gastos eleitorais do governo Bolsonaro”, criticou.
]“Não concordamos com essa política que retira da empresa sua capacidade de investimento e só enriquece acionistas. A Petrobrás tem de servir ao povo brasileiro”, afirmou a deputada paranaense em seu perfil no Twitter.
* Reportagem originalmente publicada no portal pt.org.br