Atingidas de comunidade quilombola em Pernambuco são beneficiadas por projeto focado em soberania alimentar

Afetadas pelas barragens Riacho Seco e Pedra Branca já estão colhendo alimentos das hortas comunitárias viabilizadas a partir de projeto agroecológico

Horta implementada na Comunidade Cupira, em Santa Maria da Boa Vista (PE). Foto: Fernanda Rodrigues / MAB

Na última quarta-feira, 14, mulheres atingidas de Santa Maria da Boa Vista (PE) iniciaram o processo de colheita em hortas criadas a partir do projeto “Mulheres agricultoras produzindo soberania alimentar e empoderamento preto no quilombo de Cupira”.

O projeto, conquistado a partir da organização das mulheres atingidas no Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, é financiado pela Fundação Casa Socioambiental e tem como objetivo fortalecer ações para a soberania alimentar na comunidade de Cupira através de princípios da agroecologia , além de promover reparações dos impactos socioeconômicos causados pela pandemia do coronavírus (COVID-19). Além disso, a iniciativa tem a proposta de fortalecer processos organizativos da comunidade ameaçada pelas barragens de Riacho Seco e Pedra Branca incluindo povos quilombolas, especialmente as mulheres do território.

Para Fabiana Medrado, beneficiária do projeto, além da questão da segurança alimentar, as hortas tem um impacto econômico relevante. “Essa iniciativa tem contribuído para fortalecer a organização e autonomia das mulheres quilombolas e atingidas a partir da geração de renda”. Conforme o Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com a pandemia do COVID-19, as mulheres assumiram a maior parte do trabalho adicional doméstico e de cuidados da família, além de enfrentarem uma angústia mental muito maior do que antes da crise sanitária.

Além disso, a dependência econômica feminina, atrelada à violência patrimonial, foi igualmente intensificada na pandemia. Com 15 hortas implantadas, para 15 famílias, o projeto tem possibilitado um avanço na mudança dessa cruel realidade.

“O espaço de produção é uma terapia que promove a interação das famílias com a natureza local além de garantir comida saudável para a alimentação das famílias quilombolas e atingidas por barragens”, conclui Fabiana.

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