Iniciativa de movimentos populares de todo o Brasil tem a proposta de fazer o diálogo com a população, especialmente nos bairros e comunidades
Publicado 19/08/2022 - Atualizado 20/09/2022
Lançadas na última sexta, 12, as Brigadas de Agitação e Propaganda têm o objetivo de levar o debate político eleitoral para as ruas em todo o país a fim de eleger Lula presidente e defender projetos democráticos e políticas públicas capazes de combater a desigualdade social que cresce a cada dia sob o governo Bolsonaro.
A iniciativa é coordenada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) junto a diferentes organizações: Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Movimento Camponês Popular (MCP) e União Nacional de Moradia Popular (UNM).
As Brigadas são compostas por militantes, lideranças, jovens e famílias organizadas nestes movimentos populares. Eles são responsáveis por promover atividades como assembleias, visitas de casa em casa, rodas de conversas, passeatas, “bandeiraços”, intervenções artísticas e panfletagem nos bairros, comunidades e centros das cidades.
Segundo Francisco Kelvim, integrante da coordenação nacional do MAB, além do foco nas eleições, as brigadas têm a proposta de promover articulação política local permanente para mobilizar a luta por transformações sociais e econômicas no país.
“É fundamental mudar os rumos do Brasil e a eleição de Lula é o primeiro passo nesse sentido. Portanto, a primeira tarefa das brigadas é fazer campanha e disputar voto a voto na rua, tentando elevar o nível de consciência da população “, afirma.
De acordo com o coordenador, o trabalho continua após as eleições. “A segunda tarefa é estimular um amplo processo de organização e mobilização da população brasileira para que, depois de eleger Lula, a gente possa ter um processo de luta pra que ele faça um governo progressista e enfrente os problemas estruturais do nosso país”. As brigadas já estão em atuação em todo o Brasil em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Ceará, Piauí, Rondônia e Espírito Santo, entre outros.
Além de apresentar as propostas do governo Lula, os integrantes dos grupos das brigadas têm denunciado as principais consequências da política econômica do Bolsonaro: volta da insegurança alimentar, alta da luz, redução de direitos sociais, alta do desemprego e privatizações que ainda vão causar maiores impactos no custo de vida do povo.
Segundo Diego Ortiz, coordenador do MAB em São Paulo, mesmo diante da polarização política do país, muitas pessoas são receptivas a proposta de conversar sobre sua própria realidade. “Uma das nossas expectativas é fazer um debate formativo, que possa conscientizar a população sobre a situação politica do Brasil e também trazer as pautas do MAB pros bairros: o tema do preço da luz e da água, o tema das segurança de barragens e o direito dos atingidos, mostrando quais são os candidatos que têm apresentando melhores propostas pra essas questões”, afirma o dirigente.
Diego afirma que outro ponto positivo das brigadas é fortalecer a articulação do MAB com as organizações sociais do campo progressista. “É muito importante destacar a articulação da luta com nossos aliados, com movimentos de moradia, com movimentos de agricultores, com os movimentos da juventude. Essa é uma iniciativa que é fruto de uma construção política de várias frentes que lutam pelos direitos do povo e pela construção de uma nova sociedade”, complementa.
Como parte das atividades das Brigadas de Agitação e Propaganda, os movimentos populares realizam o movimento ‘Sextou com Lula’. Todas as sextas-feiras, militantes dialogam com a população sobre a conjuntura política.