Por uma comunicação popular e Lula presidente, encontro reúne comunicadores de todo Brasil

Comunicadores de todo país discutem agendas e estratégia unificada de comunicação em 2022 e eleição de Lula

Reunidos nos últimos dias 20 e 21 de maio, mais de 130 comunicadores e comunicadoras populares de todo o Brasil, de diferentes organizações, movimentos, imprensa progressista e alternativa discutiram os rumos do país e a importância de uma estratégia unificada na comunicação para o processo eleitoral e a luta durante 2022.

Leia a integra da carta do encontro:

É urgente. É urgente restaurar a esperança em nosso país.

Nós, comunicadores populares de todo o Brasil, reunidos nos dias 20 e 21 de maio na Escola Nacional de Formação Florestan Fernandes, sabemos que as eleições deste ano contêm o maior desafio para todos os que lutam pela verdade, pela vida do povo, contra o fascismo e a destruição. O genocida Jair Bolsonaro segue semeando a mentira, a dor, o lucro a qualquer custo, a morte, a devastação do meio ambiente.

É urgente. É necessário derrotá-lo.

É preciso lutar ao lado do povo pobre para que ele leve Lula em seus ombros para ocupar novamente a Presidência da República. É necessário estarmos juntos para que possamos resistir aos ataques que, sabemos, sobrevirão.

Essa luta só poderá alcançar seus propósitos se entendermos a comunicação como uma dimensão estruturante da batalha. Para isso, firmamos o compromisso inadiável de organizar o povo em Comitês Populares de Luta para eleger Lula presidente. Esse propósito só logrará êxito se estivermos alertas para combater e neutralizar a engrenagem de desinformação, mentiras e fake news a serviço de Bolsonaro. Vamos, portanto, nos dedicar à construção de uma imensa rede de militantes e ativistas capazes de emocionar o povo com narrativas feitas daquela matéria-prima delicada que é a esperança em uma vida plena, digna, protegida por direitos. Narrativas verazes, alicerçadas na experiência viva de nosso povo.

Compreendemos que a comunicação mais eficaz é aquela disposta ao diálogo, à escuta, ao acolhimento das angústias e sofrimentos do povo diante da desgraça patrocinada pelo fascismo e consubstanciada de maneira atroz nos 27,4 milhões de brasileiras e brasileiros que nos últimos 6 anos foram condenados a viver em situação de pobreza extrema, ou nos 665 mil mortos pela Covid-19. Há muito mais dores: as cidades tropeçam em seres humanos dormindo nas calçadas porque o preço dos aluguéis tornou-se uma verdadeira condenação. A fome grassa nas periferias. Um jovem negro morre a cada 23 minutos no Brasil. A cada sete horas, uma mulher é vítima de feminicídio. As terras indígenas são invadidas com o aval do governo federal.

Tragédias demais.

A comunicação capaz de se tornar um elemento aglutinador em torno da candidatura de Lula se constituirá das aspirações, sonhos e lutas concretas de nosso povo para resistir a tamanha barbárie. Acreditamos na organização de base, calcada em idéias e ações reais da comunidade. Não é casual que as palavras “comunicação” e “comunidade” tenham a mesma raiz: o que é “comum”, partilhado por pessoas com os mesmos interesses.

Temos apenas 18 semanas para estruturar e colocar em ação essa rede de comunicadores populares, engajados na luta e na solidariedade com o povo em seus territórios, sindicatos, movimentos sociais e culturais, escolas, famílias, igrejas e cultos. É apenas com essa organização e com a verdade que emana dela, pois baseada na vida vivida, que ajudaremos homens, mulheres e jovens, em cada canto do Brasil, a entender que Lula encarna hoje a esperança em um País mais justo e solidário, enquanto o fascismo de Bolsonaro representa o que há de pior.

Somos centenas de milhares de pessoas que já perceberam a importância existencial da luta comunicacional. Se cada um de nós se colocar no papel de “comunicador”, por que todos de fato o somos, atingiremos milhões. Não podemos parar por aí: o que emergirá das ruas e das redes, com esses comunicadores falando com distintos sotaques, usando diferentes gírias, fotografando com o celular que se tem à mão, registrando a resistência e a luta popular e divulgando pelas nossas redes, será muito mais potente e verdadeiro do que a farsa apresentada todos os dias pela mídia corporativa.

Vamos ocupar as ruas, redes, vielas, florestas, campos e matas, disputando ideias e votos que serão essenciais para a transformação do país. Não há espaço para hesitações. É hora de exercitarmos nossa criatividade, usando todas as ferramentas e meios de comunicação possíveis para dialogar com o povo.

E não podemos nos esquecer: em um país onde 33 milhões de pessoas não têm ainda acesso à internet, também é urgente a ocupação dos mais diversos espaços de comunicação. Pelas ondas do rádio, da tv, nas páginas dos jornais populares, fanzines, cordéis, nos muros pintados, nos cartazes, nas imagens produzidas e em tudo o mais que possamos vir a inventar, junto de nossas comunidades e coletivos, em todas essas linguagens a nossa mensagem deverá estar presente.

O Brasil merece. O povo brasileiro merece. E é urgente. Todos podemos fazer a diferença. E ajudar a eleger Lula e a construir o poder popular. Essa é a tarefa de todos os militantes comprometidos com a justiça, o amor e a liberdade.

Façamos! Vamos juntos pelo Brasil!

Guararema, 21 de maio de 2022

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