334 famílias de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira – distritos de Mariana que foram totalmente devastados – ainda não foram reassentadas.
Publicado 18/06/2021
Os atingidos do rompimento da Barragem da Samarco (Vale e BHP Billiton) em Mariana (MG) paralisaram carros da Fundação Renova nesta manhã de quinta-feira, dia 17, reivindicando agilidade nas obras do reassentamento, contratação de mão de obra local e uma reunião com a fundação para negociar as pautas de luta.
Quase seis anos depois do rompimento da barragem do Fundão não há ainda não há nenhuma casa erguida no reassentamento da comunidade de Paracatu, distrito de Mariana, que foi destruída pelo rejeito. Hoje, os atingidos cobram por uma data de entrega do reassentamento e por explicações sobre motivos pelos quais as obras estão atrasadas.
Muitos atingidos tiveram comprometidas suas condições de trabalho após o rompimento e não houve ações de reestruturação econômica na comunidade de Paracatu e nem no resto da bacia do Rio Doce. Dentre os vários postos de trabalho criados para a reparação dos danos, poucos foram destinados aos atingidos. Os poucos postos de trabalho destinados aos moradores locais atingidos pelo crime são de sinaleiros ou de faxineiras, com baixa remuneração. Os atingidos cobram por prioridade de contratação como mão de obra local.
A Fundação Renova não compareceu à manifestação para diálogo com os atingidos, mas enviou um comunicado prometendo uma resposta às demandas até a próxima sexta-feira (18). A polícia militar apareceu no local e fez a mediação entre os atingidos, a Andrade Gutirrez (empreiteira responsável pelas obras de reparação) e a Fundação Renova. O grupo de atingidos, acompanhado pela polícia, visitou o canteiro de obras após o término das manifestações. Eles afirmaram que vão continuar em luta até que a pauta seja atendida.
O Movimento dos Atingidos por Barragens se solidariza e se compromete com a luta pelos direitos dos atingidos pelas empresas Samarco (Vale e BHP Billiton).